Rio de Janeiro, 31 de Dezembro de 2025

Relações comerciais com os EUA são confortáveis, diz executivo

Quarta, 07 de Março de 2007 às 08:15, por: CdB

A redução da importância dos Estados Unidos na balança comercial brasileira nos últimos anos não representa, necessariamente, um problema para o país, na avaliação do presidente da Câmara Americana de Comércio (Amcham), Alexandre Silva.

- O Brasil tem uma diversificação de parceiros muito grande. Todos os outros países, individualmente, estão abaixo de 10%, o que nos deixa numa situação bastante confortável e pouco vulnerável - disse ele, em referência ao fato de que, hoje, os EUA são o único país que responde por mais de 10% de nossas exportações e importações.

Os Estados Unidos são o principal parceiro comercial brasileiro desde 1927 - individualmente, são os que mais compram do Brasil e também os que mais vendem para o país. A liderança dos Estados Unidos como nosso maior parceiro comercial fica ainda mais explícita quando comparada aos outros dois países com os quais o Brasil mais realiza trocas comerciais.

A corrente de comércio com a Argentina, segundo parceiro brasileiro, ficou em US$ 19,76 bilhões em 2006 - metade dos US$ 39,12 bilhões comercializados com os norte-americanos. Já o comércio com a China, terceiro parceiro tanto em exportações como em importações, totalizouUS$ 16,37 bilhões.

- Apesar de os Estados Unidos serem ainda o maior parceiro,a participação brasileira nas exportações norte-americanas é pequena - ressalva o presidente da Amcham.

Como maiores importadores do mundo, os norte-americanos compram, de outros países, US$ 2 trilhões por ano - o Brasil representa apenas 1,4% disso, segundo Silva.

- Essa participação tem caído. Apesar do volume  de exportações brasileiras para os Estados Unidos ter subido, tem subido menos do quepara outras regiões - disse.

Recentemente, o ex-embaixador brasileiro em Washington, Roberto Abdenur, fez críticas à política brasileira de promoção comercial junto aos norte-americanos, nos últimos anos. Em reunião no Senado, na última semana,  Abdenur destacou que  há 20 anos o Brasil chegou a ter 2,2% daquele mercado.

- Essa é uma situação em que é preciso equilibrar melhor ênfases e prioridades - afirmou, criticando a "excessiva" ênfase dada pelo governo Lula ao comércio Sul-Sul.

Desde 2002, o intercâmbio comercial do Brasil com os Estados Unidos vem crescendo aritmo menos acelerado do que para outras regiões do planeta. Mas, na avaliação do presidente da Câmara Americana de Comércio, os números são resultado de uma combinação de fatores, e não de uma mudança deorientação política, simplesmente.

- É um pouco da maior agressividadede outros parceiros norte-americanos, como a China, é um pouco de foco doBrasil em desbravar outros mercados no Oriente Médio, África e Ásia, e é um pouco também por questões de barreiras comerciais, na questão do agrobusiness, especialmente - avalia Alexandre Silva.

O governo brasileiro reconhece o crescimento maior das trocas comerciais como utras regiões, mas nega que a diversificação de parcerias represente negligência com relação aos nossos parceiros tradicionais.

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