A atividade industrial brasileira surpreendeu os analistas, em janeiro, com uma queda de 0,3% ante o resultado de dezembro. Os dados constam do estudo, já dessazonalizado, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta terça-feira. O aumento mensal na produção das indústrias, aguardado por analistas financeiros, era de 0,4%, com os prognósticos variando de uma queda de 0,7% a um resultado positivo de 0,6%.
Se comparado a janeiro de 2006, a produção das indústrias registrou um aumento de 4,5%. Economistas, no entanto, esperavam um ganho de 4,95% em termos anuais, com projeções variando de 3,4% a 6,2% de aumento.
A queda de janeiro acontece após três meses de altas consecutivas, nos quais a indústria acumulou crescimento de 1,8%. Ainda segundo o estudo, o recuo em janeiro foi causado pelo desempenho do setor de refino de petróleo e produção de álcool, que caiu 4,7%, interrompendo uma seqüência de dois resultados positivos (nos quais a alta acumulada foi de 6,4%). Em janeiro, algumas unidades de refino de petróleo realizaram paralisações técnicas.
Entre os setores industriais que aumentaram a produção entre dezembro e janeiro, estão o de máquinas e equipamentos, com alta de 6,1%, no maior patamar na série histórica, máquinas, aparelhos e materiais elétricos, em 7,4%, e metalurgia básica, com 2,2%.
A indústria de bens intermediários, com o maior peso no índice, caiu 0,3%. O setor de bens de capital apresentou crescimento de 1,7%. O de bens de consumo duráveis (veículos e eletrodomésticos, por exemplo) subiu 2,1%, na maior alta percentual nessa base de comparação. Já o de bens de consumo semi e não-duráveis (roupas e alimentos) teve baixa de 0,9%.
Nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 2,9%, praticamente igual a dezembro, quando havia sido de 2,8%. Ainda em relação a dezembro, 11 dos 23 ramos da indústria apresentaram recuo.
A produção industrial brasileira acumulou em 2006 alta de 2,8%. Trata-se do menor crescimento desde 2003, quando a produção ficou estável. Em 2005, a indústria havia registrado avanço de 3,1% e, em 2004, de 8,3%.