Coube ao governador goiano, Marconi Perillo, primeiro vice-presidente do PSDB, apresentar a proposta; aprovada na reunião do Diretório Nacional, noite passada.
Por Redação - de Brasília e São Paulo
Embora o PSDB tenha fechado questão a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, o fato não altera o quadro de dificuldades do governo para aprovar o texto da proposta, em Plenário. Para aprovar a PEC são necessários os votos de 308 dos 513 deputados; em dois turnos de votação na Casa. O PSDB tem uma bancada de 46 deputados. Com o fechamento de questão, o parlamentar fica sujeito a punições caso não siga a orientação partidária.
Coube ao governador goiano, Marconi Perillo, primeiro vice-presidente do partido, apresentar a proposta; aprovada na reunião do Diretório Nacional, noite passada. A declaração, no entanto, não significa que os 46 deputados a seguirão, cegamente. Menos ainda que serão punidos aqueles que discordam da PEC.
A adesão oficial do PSDB à proposta, embora seja uma das principais apostas do Palácio do Planalto para tentar aprovar a reforma da Previdência ainda este ano, não garante o apoio suficiente para a aprovação do texto. Assessores do presidente de facto, Michel Temer, ampliaram a conversa com o governador Geraldo Alckmin, presidente da legenda. E conseguiu obter essa declaração oficial de apoio do partido à proposta nesta quarta-feira, embora com pouco ou nenhum resultado prático.
Para o governo, uma manifestação formal dos tucanos a favor da proposta pode provocar um efeito cascata em outros partidos. Poucos parlamentares, no entanto, acreditam nessa possibilidade. São cada vez mais graves as dificuldades para obter os votos necessários para aprovar a matéria, ainda este ano. Temer já admitiu, publicamente, que a reforma pode ser levada ao plenário apenas no ano que vem.
Só em 2018
Até o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), repetiu nesta quarta-feira que somente definirá a data de votação da PEC da Previdência quando tiver certeza de que ela será aprovada.
— O dia que eu der uma data, você pode ter certeza que é a data da vitória da reforma da Previdência — disse Maia a jornalistas na Câmara. Mas não informou esta data e preferiu não entrar em detalhes se a medida será votada na Casa ainda neste ano; ou somente em 2018.
Maia avaliou, ainda, que 330 votos favoráveis à reforma é “um bom número” para colocar a proposta em votação. Seria uma margem de segurança para garantir a aprovação. Ocorre, porém, que a base aliada está longe desse número, segundo avaliação do próprio Maia.
O presidente da Câmara disse que a PEC começará a ser discutida em plenário nesta quinta-feira e, caso não existam votos para aprová-la na próxima semana, a discussão se alongará pelo início de 2018.