Abadi disse que todos os esforços foram feitos para criar corredores humanos para civis que deixam a segunda maior cidade do Iraque
Por Redação, com Reuters - de Istambul/Beirute/Bagdá:
O primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, disse nesta quinta-feira que a ofensiva para retomar Mosul do Estado Islâmico avança mais rapidamente do que o planejado, à medida que forças iraquianas e curdas lançaram uma nova operação para ocupar vilarejos ao redor da cidade.
Ministros das relações exteriores e diplomatas seniores de diversos países do Ocidente e Oriente Médio se encontravam em Paris para discutir como restaurar a paz e a estabilidade em Mosul após a expulsão do Estado Islâmico de seu bastião no Iraque.
Falando de Bagdá em videoconferência. Abadi disse que todos os esforços foram feitos para criar corredores humanos para civis que deixam a segunda maior cidade do Iraque. Onde cerca de 1,5 milhão de pessoas ainda vivem.
– As forças estão avançando na cidade mais rapidamente do que pensamos e mais rapidamente do que programamos no nosso plano de campanha – disse Abadi.
O Iraque e forças curdas informaram na terça-feira que liberaram 20 vilarejos nos arredores de Mosul. Maior cidade sob controle do Estado Islâmico, que dominou amplas faixas do Iraque e Síria em 2014.
Caças da Turquia alvejaram um grupo de milicianos liderados por curdos e apoiados pelos Estados Unidos no norte da Síria. Com mais de 20 ataques aéreos de quarta para esta quinta-feira. Enfatizando as pautas conflitantes dos dois aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Em um campo de batalha cada vez mais complexo.
Os caças visaram posições das Forças Democráticas da Síria (SDF), que têm liderança curda. Em três vilarejos no nordeste da cidade de Aleppo, que as SDF capturaram do Estado Islâmico. Informou na quarta-feira o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
Os militares turcos confirmaram que seus aviões de guerra realizaram 26 ataques aéreos em áreas tomadas recentemente pela milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG, na sigla em curdo), a força mais potente das SDF, e que mataram entre 160 e 200 combatentes.
O Observatório, grupo de monitoramento sediado no Reino Unido, relatou um saldo muito menor de 11 mortos e dezenas de feridos. Autoridades da administração liderada por curdos que controla a maior parte do nordeste sírio disseram que dezenas de pessoas foram mortas.
Os EUA vêm apoiando as forças encabeçadas pelos curdos em sua luta contra o Estado Islâmico. O que enfurece Ancara, que vê o YPG como uma extensão dos militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo). Que mantêm uma insurgência de três décadas no sudeste da Turquia.
Cessar-fogo
O Exército sírio informou nesta quinta-feira sobre um acordo unilateral de cessar-fogo apoiado pela Rússia. Ele foi implementado para permitir que pessoas deixem a área leste de Aleppo. Sitiada, em ação que rebeldes dizem ser parte de uma campanha psicológica para que se rendam.
A mídia estatal relatou mais cedo que militares abriram corredores de saída. Em duas áreas designadas na região de Bustan al Qasr. E próximo à rodovia Castello, no norte de Aleppo. Ônibus parados e aguardando foram exibidos na TV estatal.
Bombardeios russos e sírios intensificados em partes tomadas por rebeldes em Aleppo nas semanas recentes. Atingiram hospitais, padarias e estações de água e mataram centenas de civis.
A Organização das Nações Unidas tem criticado acordos de cessar-fogo unilaterais após longos cercos. Dizendo que são benéficos somente se combinados com acesso humanitário para os que não querem deixar a área.
Os 250 mil civis presos dentro de partes tomadas por rebeldes na cidade ficaram, até o momento, longe dos corredores. Militares culpam rebeldes opostos ao presidente Bashar al-Assad por impedi-los de deixar a área e dizem que eles usam civis como escudos-humanos.