A inflação medida pelo Índice de Preços ao ConsumidorSemanal (IPC-S) recuou na terceira prévia de fevereiro. A taxa ficou em 0,43%, 0,11ponto percentual abaixo da registrada na semana anterior (0,54%). O índice apurado pela Fundação Getúlio Vargas e divulgado nesta sexta-feira foi o mais baixo desde a segunda semana de dezembro de 2006, quando ficou em 0,39%.
O IPC-S monitora os preços dos produtos mais comuns para as famílias brasileiras.Quatro das sete classes de despesa que compõem o índice recuaram neste levantamento. A principal contribuição para a desaceleração veio de alimentação. A variação dos preços passou de 1,58% para 1,25% e respondeu por mais de 80% da redução do IPC-S nesta leitura. O movimento foi influenciado pela alta menos intensa dos alimentos in natura, principalmente hortaliças e legumes (15,22% para 13,11%) e frutas (0,86% para0,20%).
A queda mais forte nos preços das carnes bovinas (-1,86% para -2,17%) e o recuo nos preços de óleos e gorduras (0,46% para 0,17%) também influenciaram o resultado. De acordo com o coordenador da pesquisa, André Braz, os preços dos alimentos, apesar da desaceleração, ainda estão muito acima da média mensal do IPC-S. Segundo ele, os elevados preços desse grupo foram influenciados por fatores sazonais (características específicas de um determinado período) e devem seguira tendência de recuo.
- O efeito de maior intensidade sobre o IPC-S parte dos alimentos in natura que são tradicionalmente afetados nesse mês de temperaturas elevadas e chuvas fortes. O comportamento nesta apuração, no entanto, já mostra efeito menor do que na semana passada. Excluindo hortaliças e legumes, a variação média do IPC-S cai para 0,08%, muito diferente da média de 0,43%. Isso mostra que é realmente um efeito sazonal e que não há um aumento generalizado dos preços - explicou.
André Braz estimou que a taxa fechada do mês de fevereiro seja menor do que a da terceira prévia porque além da tendência de desaceleração observada nos alimentos, as mensalidades escolares tiveram seu efeito máximo captado no mês de janeiro. As outras classes que também apresentaram queda de preços foram Educação Leitura e Recreação (0,84% para 0,56%), com destaque para cursos formais (1,72% para 1,24%), e Transportes (0,89% para 0,80%), com a principal contribuição vinda do álcool combustível, que variou de 4,38% na última apuração, para 1,51%.
Já Vestuário (-2,33 para -2,23%), com a queda mais suave nos preços das roupas (-3,26% para -2,98%), e Saúde e Cuidados Pessoais (0,22% para 0,26%), com destaque para artigos de higiene e cuidados pessoais, cuja taxa passou de -0,39% para -0,20%, registraram acréscimos em suas taxas de variação.