Rio de Janeiro, 27 de Dezembro de 2025

Polícia faz reconstituição da morte de João Hélio na próxima quinta-feira

Quarta, 14 de Fevereiro de 2007 às 09:44, por: CdB

A reconstituição do crime em que o menino João Hélio, de 6 anos, morreu arrastado será feita nesta quinta-feira, na Avenida João Vicente, em Oswaldo Cruz, no subúrbio do Rio. As informações são do delegado da 30ª DP (Marechal Hermes), Hércules Nascimento.

Segundo ele disse as testemunhas serão convocadas. Nascimento informou ainda que não vai divulgar os laudos cadavéricos e técnico do local. A criança foi arrastada até a morte por quatro bairros do subúrbio, na noite do dia 7.

Suspeitos ficam frente a frente

Os cinco suspeitos detidos passaram por acareação na tarde desta  terça-feira (13), na delegacia, em Marechal Hermes. O que se viu foi uma troca de acusações entre os bandidos, mas a polícia afirma que identificou a participação de cada um deles no assalto que terminou com a morte de João Hélio Fernandes. Os acusados ficaram frente a frente e foram interrogados durante cinco horas por três delegados.

Segundo o delegado Adílson Palácio, Carlos Eduardo Toledo Lima, de 23 anos, era o motorista do carro em que João Hélio foi arrastado. Palácio também informou que Thiago Abreu Matos, de 19 anos, estava dirigindo o táxi, acompanhado de Carlos Roberto da Silva, de 21 anos, que levou até o local do assalto Carlos Eduardo, Diego Nascimento da Silva, de 18 anos, e o menor de 16 anos, irmão de Carlos Eduardo.

Palácio disse ainda que Rosa, a mãe do menino, teria sido rendida pelo menor de 16 anos, que teria entrado no banco de trás do carro roubado. Carlos Eduardo Lima assumiu a direção e Diego Nascimento ocupou o lugar do carona. Thiago contou que foi embora no táxi com Carlos Roberto porque ele estava com medo. Foi Diego quem ameaçou uma testemunha que emparelhou com o carro e chamou o menino de 'boneco de Judas'. Os três teriam permanecido dentro do veículo durante todo o trajeto.

O delegado disse que, na hora do crime, ao ver um motoqueiro se aproximando para avisar que uma criança estava do lado de fora, o menor teria passado a arma a Diego. A arma, que está desaparecida, foi comprada por Diego por R$ 50. - Diego ameaçou o motoqueiro com a arma. Ele fez uma descrição detalhada do motoqueiro, que os abordou pelo lado direito do carro. Isso prova que ele estava no banco do carona - disse Palácio.

 Segundo Palácio, durante a acareação, Carlos Eduardo não demonstrou compaixão nenhuma. O delegado também disse que o suspeito é o mais articulado do grupo, além de ser o mais frio. Para ele, Dudu, como é chamado pelos outros da quadrilha - seria o 'cérebro do grupo'.

Uma namorada de Carlos Eduardo prestou depoimento na manhã de terça-feira e negou ter estado com ele na noite do crime. Sob a argumentação de que teriam sofrido ameaças, três dos acusados contaram que, inicialmente, não apontaram Carlos Eduardo como envolvido.

A acareação, que durou cerca de cinco horas, foi acompanhada pelos delegados Hércules Nascimento, Adilson Palácio e Alexandre Capote, além do promotor Márcio Benisti, da 1a. Vara Criminal de Madureira.

 Após a acareação entre os cinco suspeitos, Carlos Eduardo se declarou inocente. - Sou inocente. Quero morrer ainda hoje se estiver envolvido. Já fiz muitas coisas ruins, mas não participei disso. Estão me acusando só porque eu já tirei cadeia. Eles combinaram: 'vamos dizer que é ele, que ele já tirou cadeia'. Sou inocente. Nessa situação em que estão me acusando, cadeia pra mim é um favor - disse.

De acordo com o delegado Hércules Nascimento, os quatro suspeitos maiores de idades irão responder por latrocínio (roubo seguido de morte), formação de quadrilha armada e corrupção de menor. A pena para estes crimes pode chegar a 40 anos de prisão. Já o menor de 16 anos cumprirá medida sócio-educativa por ato infracional. Ele ficará recluso por no máximo três anos.

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