Além de Temer, Janot também pediu a inclusão do chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e do titular da Secretaria de Governo, Moreira Franco, no mesmo inquérito.
Por Redação - de Brasília
Procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot confirmou, nesta quinta-feira, o pedido de inclusão do presidente de facto, Michel Temer, no inquérito que investiga a formação de quadrilha no PMDB. O processo corro no âmbito da Operação Lava Jato.
Além de Temer, Janot também pediu a inclusão do chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e do titular da Secretaria de Governo, Moreira Franco, no mesmo inquérito. As solicitações serão apreciadas pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
O pedido para incluir Temer no inquérito que investiga o PMDB já havia sido feito pela Polícia Federal (PF). O fato levou Fachin a solicitar a manifestação de Janot sobre o assunto. O PGR disse que a organização criminosa permitiu que Temer cometesse os crimes pelo qual foi denunciado no inquérito 4483. Os crimes, na verdade, estariam inseridos no contexto maior da Lava Jato.
Eduardo Cunha
“O avanço nas investigações demonstrou que a organização criminosa investigada no inquérito 4483 na verdade, ao que tudo indica, é mero desdobramento da atuação da organização criminosa objeto dos presentes autos. Por isso, no que tange a este crime específico (organização criminosa), mostra-se mais adequado e eficiente que a investigação seja feita no bojo destes autos e não do Inquérito 4483”, escreveu Janot no parecer enviado na noite de ontem ao STF.
O inquérito sobre o PMDB tem, no momento, 15 investigados, entre eles, o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves.
Nova denúncia
A equipe de Janot está indo mais fundo nas investigações que deverão dar base a mais uma denúncia. Desta vez, por obstrução de Justiça, no caso JBS. Além disso, segundo um investigador comentou com jornalistas, Temer será apontado como chefe de organização criminosa. Essa segunda acusação segue adiante em quatro inquéritos do chamado ‘quadrilhão’. Estes foram abertos a partir do desmembramento do inquérito principal da Lava-Jato.
Janot comentou, nesta manhã, que a decisão da Câmara não afeta as demais investigações em curso contra Temer. Segundo o PGR, a deliberação dos deputados é de natureza política. Não determina o curso de um inquérito ou processo criminal, que deve se pautar por critérios objetivos, definidos em lei.
— O julgamento (da Câmara) é político e não contamina o trabalho técnico-jurídico (do Ministério Público) — conclui Janot.