O Iraque estuda uma forma de pôr em vigor novamente a pena de morte por um período limitado, mas a decisão, segundo o governo interino do país, não está ligada ao julgamento do ex-ditador Saddam Hussein.
- Queremos uma pena de morte restrita, por um tempo limitado, até a realização de eleições e os iraquianos possam decidir por eles mesmos - afirmou o premier Iyad Allawi em entrevista na edição desta quarta-feira do jornal El Pais, da Espanha
De acordo com ele, o governo interino ainda não tomou uma decisão sobre como a pena de morte, suspensa durante a ocupação liderada pelos EUA, deve ser retomada.
- Quando Saddam estava no poder, as pessoas eram condenadas à morte só por falar mal dele. Queremos abolir esses extremos e limitar a pena capital a casos bastante concretos e por um tempo limitado. Estamos pensando, por exemplo, sobre (o que fazer) no caso de assassinatos - disse.
O premier afirmou que a decisão não se relaciona ao julgamento de Saddam - acusado de crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio - mas é destinada a lidar com "assassinatos indiscriminados cometidos por terroristas".
O governo interino colocou em vigor nesta quarta-feira uma lei de segurança que lhe garante mais poderes para lidar com rebeldes.