Nas quatro visitas que fez ao Brasil (1980, 1982, 1991 e 1997), o Papa João Paulo II cobrou do governo brasileiro a implantação da reforma agrária para acabar com a violência no campo e reduzir a miséria no país.
Mas, segundo o núncio apostólico do Vaticano no Brasil, dom Lorenzo Baldisseri, "até hoje os relatórios apresentados pelos sucessivos governos nesses 25 anos, desde a primeira visita, mostram que a reforma agrária ainda não foi implantada".
Dom Lorenzo lembrou que o papa não ficou satisfeito com os rumos da reforma agrária no país. "Isso todo mundo reconhece, apesar dos lançamentos de programas de reforma agrária, a exortação da parte do Santo Padre e da Igreja no Brasil, até agora não teve atuação. Pode até ser que seja como um legado, para que no futuro se faça literalmente a reforma agrária", disse.
Para o núncio apostólico, o sumo pontífice foi o religioso que mais aproximou os povos no mundo. Ele cita a derrubada do muro de Berlim como "a maior contribuição de João Paulo II para a ampliação das liberdades". Acrescenta, ainda, que o papa "contribuiu para a abertura do diálogo político e ecumênico com as religiões em todo o mundo, pregando o respeito, a tolerância e a necessidade de se prosseguir com os avanços sociais".
Já o arcebispo Metropolitano de Brasília, dom João Braz de Avis, lembrou as quatro visitas que o João Paulo 2º fez ao Brasil como uma demonstração da importância que o pontífice deu ao país e ao povo brasileiro. "Creio que nós fizemos progresso, mas o Brasil ainda tem uma dívida social muito grande e ainda temos que caminhar bastante para realizar o que o papa pediu", disse dom João.