Segundo a CGU, o esquema desviou pelo menos R$ 62 milhões dos cofres públicos, mas a exata dimensão dos prejuízos ainda vai ser analisada a partir dos documentos apreendidos
Por Redação, com ABr - de Brasília:
O Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), e a Polícia Civil deflagraram na manhã desta terça-feira, uma operação para desarticular um suposto esquema suspeito de desviar recursos públicos que deveriam ser investidos em educação e saúde na cidade de Tapauá (AM), a cerca de 450 quilômetros de Manaus (AM).
Entre os investigados estão empresários e políticos como o prefeito José Bezerra Guedes, o Zezito (PMDB); secretários municipais e vereadores de Tapauá. Além de dez mandados de prisão preventiva e nove de condução coercitiva; foram cumpridos no âmbito da Operação Tapauara 29 mandados de busca e apreensão de provas em endereços ligados aos suspeitos; como a prefeitura e a Câmara Municipal.
Segundo o Ministério Público estadual, a investigação do Gaeco identificou indícios dos crimes de peculato; corrupção, lavagem de dinheiro e abuso de autoridade. As investigações apontam que processos licitatórios eram fraudados por empresários que, com o conhecimento do prefeito e vereadores de Tapauá, combinavam entre si as propostas que eram apresentadas nas licitações, determinando previamente os vencedores.
Segundo a CGU, o esquema desviou pelo menos R$ 62 milhões dos cofres públicos, mas a exata dimensão dos prejuízos ainda vai ser analisada a partir dos documentos apreendidos.
Licitações de saneamento
A Polícia Federal (PF) fez no dia anterior uma operação contra quatro empresas acusadas de formar um cartel; para fraudar licitações de tubulações plásticas para obras de saneamento. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão, sendo 12 na Grande São Paulo e três em Santa Bárbara d' Oeste, no interior paulista. As ações foram realizadas nas sedes das companhias e nas residências de dirigentes e outras pessoas ligadas aos grupos.
As investigações começaram a partir de um acordo de leniência firmado por uma empresa com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O cartel atuou; segundo a PF, em mais de 100 concorrências públicas em 14 Estados. Mais da metade das licitações fraudadas foram no Estado de São Paulo.
– A gente tem a ciência, a partir do acordo de leniência, de que havia tratativas entre as empresas para implementar uma atuação conjunta; entre elas para obter vantagens em licitações públicas. Esse acordo passou a vigorar efetivamente a partir de 2004 – detalhou o delegado Cláudio Alves Barreira.
As investigações estão sob sigilo de justiça, determinado pela 5ª Vara Cível Federal de São Paulo. Com os documentos e computadores apreendidos; a polícia pretende investigar se houve a participação de outras empresas; como as executoras das obras, nas ilegalidades.