Rio de Janeiro, 29 de Dezembro de 2025

ONU pede que Venezuela tolere a dissidência

A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu ao governo da Venezuela que deixe as pessoas participarem de um referendo extraoficial sobre a Constituição

Sexta, 14 de Julho de 2017 às 10:02, por: CdB

Maduro convocou para 30 de julho a votação de uma Assembleia Constituinte que teria poderes para reescrever a Carta Magna do país e ignorar a atual legislatura

Por Redação, com Reuters - de Genebra:

A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu ao governo da Venezuela que deixe as pessoas participarem de um referendo extraoficial sobre a Constituição no domingo e garanta que as forças de segurança não usem força excessiva contra os manifestantes.

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A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu ao governo da Venezuela que deixe as pessoas participarem de um referendo

Grupos de oposição pediram o plebiscito depois de meses de protestos. Dizendo que os venezuelanos deveriam poder se pronunciar a respeito do plano do presidente do país, Nicolás Maduro, de reescrever a Constituição.

– Exortamos as autoridades a respeitarem os desejos daqueles que querem participar desta consulta. Garantirem os direitos de liberdade de expressão, de associação e de assembleia pacífica das pessoas – disse a porta-voz de direitos humanos da ONU, Liz Throssell, durante uma coletiva de imprensa em Genebra nesta sexta-feira.

Centenas de milhares de pessoas têm ido às ruas da Venezuela nos últimos meses. Eles estão pedindo o fim do governo de Maduro. Em meio à escassez de alimentos, colapso da moeda e inflação galopante .

Cerca de 100 pessoas já morreram e mais de 1,5 mil ficaram feridas nas manifestações antigoverno iniciadas em abril.

O escritório de direitos humanos da ONU recebeu relatos de que "alguns membros das forças de segurança venezuelanas vêm usando táticas repressivas. Intimidando e instilando o medo para tenta impedir as pessoas de se manifestarem". Disse Throssell.

Há relatos de que milhares de manifestantes foram "detidos arbitrariamente". Se acredita que mais de 450 civis foram levados a tribunais militares, disse.

Maduro convocou para 30 de julho a votação de uma Assembleia Constituinte que teria poderes para reescrever a Carta Magna do país e ignorar a atual legislatura, controlada pela oposição.

Opositores

Seus opositores acusam o líder socialista de incompetência econômica. Enquanto Maduro afirma que empresários pró-oposição e os Estados Unidos estão empenhados em uma "guerra econômica" contra ele.

Os pedidos de asilo apresentados por cidadãos venezuelanos "dispararam", de 27 mil em 2016 para 52 mil neste ano até o momento. Informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

Isso representa "só uma fração" dos necessitados de proteção contra a violência e a escassez de alimentos.

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