Rio de Janeiro, 15 de Maio de 2025

<i>O Dia Depois de Amanhã</i> propõe nova catástrofe para o mundo

Terça, 25 de Maio de 2004 às 11:47, por: CdB

Para o diretor Roland Emmerich, pode ser que o mundo não chegue até o dia 30 de maio, nem mesmo ao 29.

Criador do sucesso de 1996 "Independence Day", sobre alienígenas que invadem a Terra, Emmerich vai lançar seu novo filme-catástrofe, "O Dia Depois de Amanhã", na sexta-feira, propondo ao público uma visão do que pode acontecer se a ingerência humana nos assuntos da Mãe Natureza nos congelar numa nova Idade do Gelo.

Londres, Tóquio e Moscou são recobertos por uma espessa capa de neve. Nova York é inundada e congelada. Toda a população do sul dos EUA migra para o México -- e tudo isso em mais ou menos uma semana.

Que fique claro: "O Dia Depois de Amanhã" é pura fantasia hollywoodiana. Mesmo assim, antes mesmo de estrear, o filme já vem suscitando discussões sobre o que pode realmente acontecer, algum dia, se a humanidade não interromper o processo de aquecimento global.

Voluntários dos grupos ambientalistas Global Exchange e Rainforest Action Network pretendem distribuir folhetos nos cinemas de 80 cidades que vão exibir o filme, e a Moveon.org vai promover um debate sobre o assunto em Nova York, sendo que um debate semelhante já foi realizado há 15 dias em Londres.

Os grupos não têm grandes queixas a fazer do filme, exceto para dizer que as mudanças dramáticas no clima levariam décadas para ocorrer e seriam regionais, não globais. Na verdade, as organizações estão contentes por Emmerich ter trazido o assunto à tona.

O diretor reconhece que seu filme contém exageros, mas diz que "se não os tivesse, não seria um filme de Hollywood". Ele diz que se preocupa com o meio ambiente, mas não se considera ambientalista.

Em "O Dia Depois de Amanhã", Dennis Quaid é o meteorologista Jack Hall, que teoriza que o aquecimento do planeta vai provocar mudanças nas correntes oceânicas, fato já previsto pelos cientistas.

Isso poderá provocar o derretimento da calota de gelo polar, elevar o nível oceânico e empurrar massas de ar ártico para o sul.

Hall acha que essa catástrofe pode ocorrer dentro de 100 ou 1.000 anos, mas, na realidade, ela já está acontecendo.

Dias depois de ele publicar sua teoria, o clima da Terra muda. Tornados destruem Los Angeles. Tóquio sofre uma chuva de granizo com pedras do tamanho de melões, e as ilhas britânicas são recobertas de gelo.

Em Manhattan, o filho de Hall, Sam (Jake Gyllenhaal), se vê preso com vários amigos quando o mar se eleva, invadindo as ruas da cidade e matando milhões de pessoas.

Hall, que é pesquisador ártico, parte de Washington para salvar seu filho, transformando a história de um relato de desastre global em narrativa humana de sobrevivência frente a dificuldades enormes.

Emmerich disse que a chave para fazer filmes-catástrofe funcionar para o público é justamente lhes infundir uma dimensão pessoal.

"As pessoas que sobrevivem a catástrofes são pessoas comuns. Você se identifica com elas e se pergunta 'o que eu faria no lugar delas?"', explicou.

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