Homem de confiança de Joesley Batista e chefe do Ministério da Fazenda, Meirelles busca novo endereço.
Por Redação - de Brasília
Titular na pasta do Ministério da Fazenda e cotado como possível candidato a presidente da República, o multimilionário Henrique Meirelles chegou aos lares brasileiros, na noite passada, em programa político-eleitoral do Partido Social Democrata (PSDB). Seu discurso foi desenhado para alguém que acaba de entrar na disputa sucessória ao Palácio do Planalto. Para tanto, busca uma outra mansão para se mudar com a família, disposto a pagar por ela R$ 45 milhões. À vista.
Em sua página, em uma rede social, o jornalista Hélio Fernandes — fundador e editor-chefe do histórico diário Tribuna da Imprensa —acrescenta a esta informação a notícia que, no imóvel pretendido, Meirelles quer instalar seu bunker eleitoral. Na nota, sob o título A fortuna incalculável do Meirelles ‘presidenciável’, o jornalista afirma que se trata de “fato estrondoso”.
“O ministro da Fazenda quer comprar uma casa, pagando até 45 milhões. À vista. Meirelles tem um corretor, mas outros estão procurando, mesmo sem autorização. A comissão oficial é de 3%. Portanto R$ 1,35 milhão. Bom fim de ano”, informa He1lio Fernandes.
Ainda segundo a nota, Meirelles “não perde oportunidade de lançar a própria candidatura para 2018. Asim, eleito, receberia logo em 1% de janeiro, três palácios, para morar, receber e administrar. Para quê, então, essa casa de R$ 45 milhões, que deve ser enorme”. Ainda no texto, Fernandes responde: “quer pressa porque montaria imediatamente, o centro publico de sua campanha. Como para ser candidato tem que deixar a Fazenda no máximo até 7 de abril, daí a pressa”.
Participação vultosa
De fato, o programa partidário do PSD a ser exibido na noite desta quinta-feira na televisão trará Meirelles como principal estrela. Com discurso de candidato a presidente da República, defenderá um “reencontro” entre os brasileiros que não se coloquem como radicais do ponto de vista político.
Além de dedicar boa parte do tempo a declarações de Meirelles — e não apenas sobre economia, mas sobre educação, a atuação das mulheres e a questão social —, o programa também apresenta uma breve biografia do homem de confiança dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Os donos do Grupo JBS, presos provisoriamente por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF, na sede da Polícia Federal (PF), em São Paulo, mantiveram Meirelles como principal executivo da holding de suas empresas, a J&F, com salários e participações vultosas.
— Meu nome é Henrique Meirelles, e no meio dessa briga política que vivemos, quero pedir licença para falar do futuro da nossa economia — diz o possível candidato, logo no início do vídeo.
Críticas ao passado
Ao citar dados sobre a melhora da situação econômica do país, Meirelles defende um posicionamento de centro. Uma espécie de meio termo para o enfrentamento do que considera os próximos desafios do país.
— As reformas só dependem de um grande e poderoso reencontro dos milhões de brasileiros que são maioria. E que não estão nos extremos do ponto de vista político ideológico — afirma.
O multimilionário aproveita para se mostrar como uma figura aberta a diferenças; ao dizer que é “um homem que acredita no diálogo”. Também tece críticas aos governos anteriores, dos quais fez parte como presidente do Banco Central. Ele argumenta que, ao assumir a chefia do Ministério da Fazenda, tudo estava “fora de ordem”. Alerta ainda, para a necessidade de se ficar atento ao “mal” que o “populismo e os oportunistas” fazem ao país.