A morte do menino João Hélio, 6 anos, arrastado por bandidos em um carro no Rio de Janeiro, mudou a pauta de votações da Câmara dos Deputados da próxima semana. O presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), incluiu na pauta de votação de uma série de projetos na área de segurança pública que estavam adormecidos na Casa à espera de apreciação.
A pauta também atende ao apelo que diversos parlamentares fizeram a Chinaglia ao longo desta semana. O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) fez o pedido do plenário da Casa e sugeriu que Chinaglia monte comissão especial para acelerar a tramitação dos projetos na área da segurança pública.
A pauta da próxima semana dos projetos que não têm urgência para votação ficou restrita a nove projetos que envolvem mudanças no Código de Processo Penal relativas a casos de violência. Um deles, o PL 6.739/06, trata especificamente de crimes hediondos. O projeto estabelece que condenados por crimes hediondos devem ficar mais tempo na cadeia antes de receberem o benefício da progressão penal --que permite cumprir parte da pena em regime semi-aberto.
Pelo projeto, os condenados devem cumprir um terço da pena em regime fechado. Os reincidentes deverão ficar metade da pena na cadeia. A Lei de Execução Penal possibilita a progressão de regime mediante o cumprimento de um sexto da pena privativa de liberdade.
Nenhum dos projetos listados por Chinaglia trata da redução da maioridade penal. A discussão sobre a mudança voltou à cena porque um dos bandidos que participou da morte de João Hélio é menor de idade. O debate sobre esse tema está no âmbito das comissões da Casa, juntamente com o pacote de segurança pública já aprovado no Senado.
O pacote foi apresentado ao Congresso no ano passado, em meio aos ataques de facções criminosas à cidade de São Paulo. Mas até hoje não saiu do papel.
Morte de criança arrastada no Rio muda pauta de votações na Câmara
Sexta, 09 de Fevereiro de 2007 às 19:50, por: CdB