O bailarino e coreógrafo espanhol Antonio Gades morreu nesta terça-feira aos 67 anos, em Madri, em decorrência de um câncer.
Gades nasceu em Elda, na região de Alicante, em 1936, e foi coreógrafo de Bodas de Sangre, Fuenteovejuna e El Amor Brujo, entre outras peças.
Gades, que tinha como nome verdadeiro Antonio Esteve Ródenas, começou no mundo dos espetáculos no Circo Price de Madri, onde foi descoberto pela bailarina Pilar López, em cuja companhia Gades foi trabalhar depois.
No começo dos anos 50, o bailarino ensaiou com essa companhia as obras El sombrero de tres picos, El Amor Brujo e El concierto de Aranjuez, entre outras. Durante esses anos, fez sua primeira coreografia, Ensueño.
Além de bailarino, Gades trabalhou como ator nas peças El hospital de los locos e La historia de los tarantos. Fez incursões no cinema, sob a direção de Carlos Saura, nos filmes Bodas de Sangue (1981), Carmen (1983) e Amor Bruxo (1985).
Em 1962 mudou-se para Roma, onde criou o balé Bolero e, posteriormente, participou do Festival Due Mondi de Spoleto e gravou um longa-metragem com Vittorio Gassman.
Depois de sua passagem pela Itália, voltou à Espanha, mas viajou novamente em 1964 para Nova York, onde recebeu uma Medalha de Ouro ao Mérito Turístico.
Em 1969 teve seu trabalho reconhecido em Paris ao receber o Prêmio da Crítica. Em junho de 1975 anunciou sua aposentadoria dos palcos e passou a acompanhar a bailarina Alicia Alonso pelos Estados Unidos e Cuba.
O artista foi diretor do Ballet Nacional da Espanha durante um breve período (1979-80) e um dos bailarinos espanhóis mais premiados.
Uma de suas últimas aparições públicas foi no começo de junho, quando recebeu das mãos de Fidel Castro, em Cuba, a Ordem José Martí em reconhecimento a sua carreira e a sua fidelidade à revolução cubana.