Rio de Janeiro, 31 de Dezembro de 2025

Ministros da OEA não chegam a consenso sobre Venezuela

Os ministros do Exterior presentes na 47ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA)

Terça, 20 de Junho de 2017 às 10:53, por: CdB

Ministros das 34 nações da Organização dos Estados Americanos divergem sobre resolução crítica ao governo de Maduro. Representante venezuelana abandona reunião e diz que país não reconhecerá futuras declarações do grupo

Por Redação, com DW - de Cancún, México:

Os ministros do Exterior presentes na 47ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), iniciada na segunda-feira em Cancún, no México, não conseguiram chegar a um acordo sobre uma resolução crítica ao governo da Venezuela, enquanto prosseguem em Caracas os violentos protestos contra o presidente Nicolás Maduro.

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Confronto durante protesto em Caracas, na Venezuela

O presidente da Assembleia Geral, o ministro do Exterior da Guatemala, Carlos Morales, suspendeu a sessão. Em que era discutida uma declaração conjunta sobre a situação na Venezuela. Afirmando que os ministros dos 34 países da OEA retomarão as discussões em outra data, não especificada.

– Não quero que nosso hemisfério se divida ainda mais – afirmou Morales. "Precisamos buscar soluções, continuar o diálogo e o único modo de fazê-lo é manter essa sessão em aberto sem uma data determinada", explicou.

O México, os Estados Unidos e outros países vêm tentando convencer os membros da OEA a adotar uma resolução contra Caracas. Ainda que em tom atenuado após a resistência de alguns aliados do governo de Maduro.

No total, 20 países votaram a favor da declaração conjunta. Três a menos que o mínimo necessário para a aprovação do texto. A Venezuela, que anunciou que deixará a OEA, se absteve da votação. Houve ainda oito abstenções e cinco rejeições.

– Não reconhecemos este encontro e tampouco reconhecemos as resoluções que venham dele – disse a ministra venezuelana do Exterior, Delcy Rodríguez. Antes de abandonar a reunião.

Conflitos

Pelo menos 72 pessoas morreram nos dois meses de conflitos entre manifestantes e as forças de segurança venezuelanas, enquanto o país enfrenta escassez de bens essenciais.

– A Venezuela precisa de um canal de ajuda humanitária internacional que forneça medicamentos e alimentos à população – declarou Luis Almagro, secretário-geral da OEA.

Almagro pediu um cronograma para eleições na Venezuela. Além da libertação de presos políticos, respeito e autonomia à Assembleia Nacional e um Judiciário independente.

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