Ministros das 34 nações da Organização dos Estados Americanos divergem sobre resolução crítica ao governo de Maduro. Representante venezuelana abandona reunião e diz que país não reconhecerá futuras declarações do grupo
Por Redação, com DW - de Cancún, México:
Os ministros do Exterior presentes na 47ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), iniciada na segunda-feira em Cancún, no México, não conseguiram chegar a um acordo sobre uma resolução crítica ao governo da Venezuela, enquanto prosseguem em Caracas os violentos protestos contra o presidente Nicolás Maduro.
O presidente da Assembleia Geral, o ministro do Exterior da Guatemala, Carlos Morales, suspendeu a sessão. Em que era discutida uma declaração conjunta sobre a situação na Venezuela. Afirmando que os ministros dos 34 países da OEA retomarão as discussões em outra data, não especificada.
– Não quero que nosso hemisfério se divida ainda mais – afirmou Morales. "Precisamos buscar soluções, continuar o diálogo e o único modo de fazê-lo é manter essa sessão em aberto sem uma data determinada", explicou.
O México, os Estados Unidos e outros países vêm tentando convencer os membros da OEA a adotar uma resolução contra Caracas. Ainda que em tom atenuado após a resistência de alguns aliados do governo de Maduro.
No total, 20 países votaram a favor da declaração conjunta. Três a menos que o mínimo necessário para a aprovação do texto. A Venezuela, que anunciou que deixará a OEA, se absteve da votação. Houve ainda oito abstenções e cinco rejeições.
– Não reconhecemos este encontro e tampouco reconhecemos as resoluções que venham dele – disse a ministra venezuelana do Exterior, Delcy Rodríguez. Antes de abandonar a reunião.
Conflitos
Pelo menos 72 pessoas morreram nos dois meses de conflitos entre manifestantes e as forças de segurança venezuelanas, enquanto o país enfrenta escassez de bens essenciais.
– A Venezuela precisa de um canal de ajuda humanitária internacional que forneça medicamentos e alimentos à população – declarou Luis Almagro, secretário-geral da OEA.
Almagro pediu um cronograma para eleições na Venezuela. Além da libertação de presos políticos, respeito e autonomia à Assembleia Nacional e um Judiciário independente.