Divulgação Agência SenadoBeatriz: os ministérios devem acompanhar a legalidade da madeira que origina o carvão vegetal usado na siderurgia.
Promover a produção sustentável do carvão vegetal usado na siderurgia e fomentar a gestão de carbono na indústria nacional para controlar as emissões de gases e o uso de energia são os principais objetivos dos planos setoriais de mitigação e adaptação à mudança climática desses setores, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Os planos foram apresentados aos parlamentares na tarde desta terça-feira (13), em audiência pública na Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas.
A coordenadora-geral de Desenvolvimento Sustentável do ministério, Beatriz Martins Carneiro, informou que os planos setoriais da indústria e da siderurgia para enfrentamento das mudanças climáticas estão inseridos no Plano Nacional de Mudanças Climáticas.
Coordenados pelo Ministério do Desenvolvimento, esses planos objetivam incentivar a competitividade da indústria e da siderurgia nacionais. “Hoje a indústria siderúrgica nacional está ociosa em 50% devido aos efeitos da crise financeira internacional iniciada em 2008”, disse.
Beatriz Carneiro destacou que o Ministério do Desenvolvimento está em busca de parceria com o Ministério do Meio Ambiente para que ambos os ministérios dividam a coordenação dos planos.
Aço verde
O papel principal do Ministério do Meio Ambiente será a fiscalização e acompanhamento da legalidade da madeira que origina o carvão vegetal usado na siderurgia para produção de ferro-gusa. Assim, o foco na origem da madeira garante a produção do “aço verde”, certificado como de baixa emissão de carbono e com matéria-prima de origem legal.
Conduzida pelo presidente do colegiado, deputado Márcio Macêdo (PT-SE), a audiência também contou com a participação do coordenador substituto de Desenvolvimento Sustentável do ministério, Demétrio Florentino de Toledo Filho.
Demétrio Toledo informou que o plano setorial da indústria prioriza a redução de emissões de gases do efeito estufa, buscando aumentar a competitividade do setor. Para isso, o plano apresenta instrumentos para o controle das emissões dos processos industriais e de eficiência energética.
O trabalho prevê, segundo os representantes do Ministério do Desenvolvimento, incentivos fiscais e linhas de crédito específicas para fomentar a gestão de carbono e a aquisição de tecnologias de baixa emissão. Os setores que serão objetos do plano de mitigação são os de alumínio, cal, cimento, ferro-gusa e aço, papel e celulose, química e vidro.
De acordo com Toledo, o plano setorial compreende ainda um banco de dados sobre o total de emissões e quais os processos que mais emitem em busca de mecanismos de redução.
Já o plano do setor siderúrgico, segundo Demétrio Toledo, busca a modernização da produção de carvão vegetal, com incentivo à troca de equipamentos e capacitação técnica, e a sustentabilidade da matéria-prima da siderurgia alimentada com carvão vegetal.
Junto a isso, haverá aumento de florestas plantadas, rastreamento da origem da madeira, organização da cadeia de fornecedores e controle do metano no processo de carbonização, contribuindo para a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa.
Da Redação – RCACom informações da Agência Senado