Rio de Janeiro, 27 de Dezembro de 2025

Mike Pence defende solução pacífica para Venezuela

Em visita à América Latina, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, disse que uma solução pacífica para a crise política e humanitária na Venezuela é possível

Segunda, 14 de Agosto de 2017 às 11:32, por: CdB

Em visita à América Latina, Pence minimiza ameaça de intervenção militar feita pelo presidente e afirma que vai pressionar regime de Maduro com meios econômicos e diplomáticos. "Não vamos aceitar uma ditadura", diz

Por Redação, com DW - de Washington:

Em visita à América Latina, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, disse que uma solução pacífica para a crise política e humanitária na Venezuela é possível. Com a declaração, Pence tentou minimizar a ameaça do presidente Donald Trump de intervir militarmente no país sul-americano.

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Pence: "Vamos continuar com os nossos esforços para isolar a Venezuela"

– Temos muitas opções para a Venezuela, mas o presidente também permanece confiante de que trabalhando com todos os nossos aliados na América Latina podemos alcançar uma solução pacífica – disse Pence em Cartagena, na Colômbia, em entrevista coletiva ao lado do presidente Juan Manuel Santos.

– Continuaremos ao lado de nações livres em nosso hemisfério até que a democracia seja restaurada para o povo venezuelano – declarou Pence, sem descartar completamente a opção militar. Mas em tom mais conciliatório que o usado por Trump.

Na sexta-feira, o presidente norte-americano disse que a intervenção militar seria uma opção para a Venezuela. A declaração foi recebida com rechaço por países da região, incluindo Brasil e Colômbia.

Após encontro com Pence, Santos disse ter reiterado que os EUA não devem sequer considerar uma ação militar em resposta à crise na Venezuela. "A América é um continente de paz. É a terra da paz. Deixe-nos mantê-la como tal."

Maduro

Pence, por sua vez, enfatizou que, ao lado de países da região, os EUA continuarão usando meios pacíficos. Incluindo poder econômico e político. Para pressionar o regime do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

– Vamos continuar com os nossos esforços para isolar a Venezuela econômica e diplomaticamente. E suponho que vai haver sanções adicionais em breve – disse o vice-presidente norte-americano.

– Não vamos aceitar o surgimento de uma ditadura em nosso hemisfério. Os EUA não vão simplesmente assistir à Venezuela ruir – concluiu o vice-presidente norte-americano. Da Colômbia, ele segue para Argentina, Chile e Panamá.

Ele lembrou que "o regime de Maduro amordaçou a Assembleia Nacional, solapou a imprensa livre e pôs na prisão opositores". Mais de 120 venezuelanos foram mortos em protestos antigoverno realizados no país desde abril, enquanto a economia mergulha ainda mais em recessão, com inflação de três dígitos e escassez de alimentos e medicamentos.

Violência na Virgínia

Ao se pronunciar em Cartagena, Pence também mencionou a violência que eclodiu no último sábado durante uma marcha de supremacistas brancos em Charlottesville, no Estado norte-americano da Virgínia, deixando três mortos e mais de 20 feridos.

– Não toleramos o ódio, a violência, supremacistas brancos, neonazistas ou o KKK ( Ku Klux Klan) – declarou Pence.

Trump foi criticado tanto por democratas quanto por republicanos por não citar esses grupos diretamente em pronunciamento feito após a marcha, culpando, em vez disso, "muitos lados" pela violência. Pence rechaçou as críticas e insistiu que o presidente "condenou claramente" a violência e o ódio vistos nas ruas de Charlottesville.

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