Por Redação, com ABr - de Bruxelas:
Em entrevista publicada nesta quarta-feira pelo jornal alemão Bild, o diretor executivo da Frontex (a agência europeia de controle de fronteiras), Fabrice Leggeri, informou, que foram registradas este ano 800 mil “entradas ilegais” de imigrantes na União Europeia (UE).
Lembrando que o fluxo provavelmente ainda não “atingiu o pico”, Leggeri apelou aos países europeus que impeçam a entrada dos migrantes a quem foi negado asilo, para que possam “rapidamente” ser enviados de volta aos seus países.
– Os Estados-Membros da UE têm de se preparar para o fato de ainda termos de enfrentar uma situação muito difícil nos próximos meses – acrescentou o diretor.
No mês passado, a Frontex informou que 710 mil imigrantes tinham entrado na União Europeia nos primeiros nove meses do ano, mas alertou para o fato de muitas pessoas terem sido contabilizadas duas vezes. A agência lembrou que a passagem irregular pelas fronteiras pode ser tentada pela mesma pessoa várias vezes.
– Isso significa que um grande número de pessoas que foram notificadas quando chegaram à Grécia foram novamente contabilizadas quando entraram na UE pela segunda vez, por meio da Hungria ou da Croácia – explicou a agência.
Refugiados da Síria
A Comissão Europeia anunciou na terça-feira que vai destinar 62 milhões de euros em ajuda humanitária para apoiar os sírios deslocados devido ao conflito no país, diante da deterioração das condições de segurança. A comissão explicou que o novo financiamento é concedido em um "momento crítico" e vai servir para preparar o inverno e cobrir as necessidades básicas dos refugiados e dos centros de acolhimento, como cuidados de saúde, acesso a água potável, habitação e educação. – Temos que continuar a ajuda humanitária para os sírios porque o inverno vai trazer dificuldades adicionais para os mais vulneráveis – afirmou o comissário europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Christos Stylianides, após uma visita à Jordânia e ao Líbano. Stylianides disse, depois de visitar os dois países, que a ajuda europeia "faz e continuará a fazer a diferença", mas sublinhou que "a paz é a única solução que pode pôr fim à crise dos refugiados, uma crise humanitária". A Comissão Europeia já tinha anunciado um financiamento de 43 milhões de euros para o Líbano e de 28 milhões para a Jordânia. Ao todo, 133 milhões de euros em ajuda humanitária adicional serão destinados, este ano, à Síria, ao Líbano e à Jordânia. Os fundos adicionais procedem dos 200 milhões de euros de ajuda humanitária adicional para este ano, propostos pela Comissão em 23 de setembro. O objetivo é apoiar o trabalho da agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e do Programa Alimentar Mundial (PAM) e de outras organizações que trabalham em terra na assistência aos refugiados. A UE é o principal doador para a crise na Síria, com mais de 4,2 milhões de euros em ajuda ao desenvolvimento e assistência económica e para a estabilização.