Uma mãe austríaca que trancou as três filhas em uma casa imunda e escura durante sete anos enfrenta um processo na Justiça em mais um caso que chocou o país. O isolamento forçado das três meninas começou após o divórcio dos pais, em 1998, quando elas tinham seis, dez e 13 anos de idade. Elas foram resgatadas por autoridades locais em 2005, mas só agora os detalhes sobre o caso foram divulgados pela imprensa.
A mãe, uma advogada da cidade de Poestlingberg, perto de Linz, mantinha as meninas trancadas com as cortinas fechadas e retirava as lâmpadas da casa, segundo relatos da mídia austríaca. Segundo o site austríaco Der Kurier, as meninas desenvolveram sua própria língua e brincavam com ratos em meio à sujeira e a excrementos humanos.
Observar, sem agir
A advogada de duas das meninas, Margreth Tews, disse ao jornal austríaco Der Standard que "durante anos a organização de bem-estar juvenil e as autoridades apenas observaram (o caso) sem agir".
Segundo ela, vizinhos, médicos e educadores em Poestlingberg "disseram várias vezes às autoridades que estavam preocupados com as meninas". Tews disse que as autoridades deveriam ter agido em 2001, quando a mãe foi tratada em uma clínica de Linz por alucinações. O pai também vinha pedindo o direito de visitar as meninas, o que era negado pela mãe.
As meninas, que hoje têm 14, 18 e 21 anos, estão seriamente traumatizadas e vêm fazendo sessões de psicoterapia em uma clínica perto da cidade de Klagenfurt. A mãe está presa e enfrenta um processo por negligência e agressão corporal grave. O caso está sendo comparado ao de Natascha Kampusch, a menina que foi mantida refém em um porão por oito anos.