Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Manifestantes ateiam fogo ao corpo em protestos na Bulgária

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Segunda, 03 de Novembro de 2014 às 13:03, por: CdB
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Pessoas tentam apagar chamas que envolvem corpo de mulher que ateou fogo ao corpo, diante do prédio da Presidência da Bulgária, em protesto por não ter dinheiro para pagar a calefação durante o inverno
Em 17 meses, a Bulgária foi às urnas neste domingo para sua segunda eleição geral, antecipada devido a uma crise política no país, enquanto as pesquisas dão como quase certa a vitória do partido sob cujo governo começaram os problemas, no início de 2013. As pesquisas apontam que o conservador Cidadãos para o Desenvolvimento Europeu da Bulgária (GERB), do ex-primeiro-ministro Boiko Borisov, será o mais votado, com até 36% da preferência. A legenda seria seguida, com 22,5%, pelo Partido Socialista Búlgaro (PSB), principal base no parlamento do atual governo tecnocrata. O governo de Borisov renunciou em fevereiro de 2013, quatro meses antes do fim do mandato, após semanas de protestos sociais contra os altos preços da energia. Durante essa onda de manifestações, quatro pessoas morreram ao atear fogo ao próprio corpo para denunciar o desespero de muitas famílias que não podiam pagar por calefação durante o inverno. Embora as eleições, realizadas em maio de 2013, tenham sido vencidas novamente por Borisov, os socialistas e o partido da minoria turca pactuaram a criação de um governo de especialistas liderados pelo economista independente Plamen Oresharski. Desde então, a situação também não melhorou no país mais pobre da União Europeia. O boicote parlamentar do GERB e a continuação dos protestos populares, instigados pela nomeação de um empresário de duvidosa reputação como chefe dos serviços secretos, mantiveram o país em tensão. Apesar de sua provável vitória no domingo, não se espera que o GERB obtenha uma maioria parlamentar que lhe permita governar sozinho. "Será difícil para o GERB formar um governo estável", afirmou à Agência Efe Tihomir Bezlov, analista do Centro para o Estudo da Democracia em Sófia. Segundo a agência de pesquisas Alpha Research, no novo parlamento entrarão cinco partidos, sendo que três estão já no atual legislativo: o GERB, o PSB e o partido da minoria turca, MDL, que teria 12,1%. Além disso, podem entrar duas novas legendas: a direitista Bloco Reformador, ao qual as pesquisas dão 5% dos votos, e a Bulgária Sem Censura, liderada por um ex-apresentador de televisão, que pode obter 4,4%. O grande ausente no novo parlamento poderia ser o ultranacionalista Ataka, que tacitamente apoiou o governo de Orecharski e que perderia metade de seus votos, ficando muito longe da casa de 4%. A incerteza, o baile de números das pesquisas e a possibilidade de que alguns desses partidos entrem no parlamento, torna difícil especular possíveis combinações para formar o governo. "A grande incógnita é se a participação eleitoral, que vai ser muito baixa, será inclusive inferior à do pleito anterior, porque os eleitores estão cada vez menos motivados", disse à Agência Efe o analista político Ognyan Minchev. A campanha eleitoral foi caracterizada pela passividade dos partidos, com poucos comícios e pouca presença na imprensa, assim como pela falta de debates reais sobre temas importantes, algo que provoca o desinteresse do eleitorado, segundo este analista. Tanto Minchev como outros analistas preveem que o GERB tentará formar uma coalizão de governo com alguns dos partidos minoritários, embora as chances sejam limitadas, e a que tem mais possibilidade é um pacto com o Bloco Reformador. Outra combinação ventilada pelos analistas é a reedição do acordo que Borisov e o partido da minoria turca tiveram entre 2009 e 2013, apesar da perda de popularidade do MDL nos últimos meses. Após os maus resultados obtidos pelos socialistas nas eleições europeias de maio, o partido da minoria turca reivindicou a realização de um novo pleito geral, o que provocou a renúncia do governo e a realização dessa nova eleição. EFE
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