A reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) é uma oportunidade de alterar a hegemonia dos países ricos. A afirmação foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista que concedeu por escrito a jornalistas argelinos. Lula também destacou o trabalho do G-20 - grupo de países em desenvolvimento. Uma das principais bandeiras do G-20 na Organização Mundial de Comércio é acabar com as barreiras comerciais impostas pelos países desenvolvidos, de modo a reduzir as desigualdades entre ricos e pobres.
- Não tenho dúvida de que o G-20 mudou o jogo na OMC e gerou uma confiança nova nos países em desenvolvimento, na sua capacidade de influenciar o jogo. Não quer dizer que tenhamos alcançado esse almejado equilíbrio nem que estejamos próximos do fim de uma longa luta contra as distorções do comércio internacional, mas há hoje uma nova percepção da geografia diplomática do mundo - disse.
Irã
Os Estados Unidos não devem tomar nenhuma decisão sobre o programa nuclear do Irã até a próxima reunião da Agência Internacional de Energia Atômica, marcada para 6 de março. A informação é do ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, que disse ter recebido a garantia da secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice.
- A não ser que ocorra algo excepcional, que não esteja previsto, nenhuma decisão será tomada até a próxima reunião. A expectativa é de que até lá possa haver gestos, mas os gestos têm que ser de ambas as partes. O que o Irã fizer, terá que ser levado em consideração - disse o ministro.
Amorim participa da comitiva que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na viagem a quatro países da África. A tensão entre Estados Unidos e Irã se intensificou depois que o governo iraniano reafirmou que não abriria mão de seu programa nuclear.