Rio de Janeiro, 30 de Dezembro de 2025

Lula pedirá a Bush fim da sobretaxa ao etanol brasileiro

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta quarta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai pedir ao presidente americano George W. Bush o fim da sobretaxa sobre o etanol importado do Brasil. (Leia Mais)

Quarta, 28 de Fevereiro de 2007 às 19:43, por: CdB

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta quarta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai pedir ao presidente americano George W. Bush o fim da sobretaxa sobre o etanol importado do Brasil.

- Isso (o pedido pelo fim da sobretaxa) não deixará de estar sobre a mesa -, afirmou Amorim. "De que forma exatamente (o assunto será abordado), eu não sei. Se ela vai ser insinuada, se vai ser levantada, eu não sei -, disse o ministro a jornalistas no Itamaraty.

Os americanos cobram sobretaxa de US$ 0,54 por galão (R$ 0,30 por litro) de combustível importado do país para proteger os produtores de etanol de milho do Meio Oeste americano.
Mas Amorim afirma que o governo não tem expectativa de que o assunto será resolvido no curtíssimo prazo.

- Temos uma expectativa de que será resolvido em algum momento -, afirmou.

O ministro avalia que o fim da sobretaxa deve vir também com a pressão dos consumidores americanos, à medida que o etanol deixar de ser visto como um produto agrícola e for encarado como uma commodity energética.

O coordenador do setor de Energia do Departamento de Estado americano, Greg Manuel, disse, na semana passada, durante um seminário sobre o assunto, em Washington, que o tema "não está na mesa de negociação".

O etanol, segundo Amorim, será o tema mais importante do encontro dos dois presidentes, na sexta-feira da próxima semana, dia 9, em São Paulo.

A curto prazo, o ministro diz esperar que Lula e Bush acertem os detalhes para a criação de um mercado internacional de etanol, que começa com o estabelecimento de um padrão único para o combustível.

Um Fórum Internacional de Biocombustíveis para tratar do desenvolvimento do produto será lançado nesta sexta-feira na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, por um grupo formado por Brasil, África do Sul, China, Estados Unidos, Índia e a Comissão Européia.
Amorim disse que o Brasil não vai oferecer aos Estados Unidos uma intermediação na relação com outros países da região, mas acredita que o bom relacionamento do Brasil com o país é favorável.

O ministro disse que o Brasil quer passar aos americanos "uma visão positiva do continente" e uma influência positiva através do próprio exemplo.

- Ninguém vai dizer 'vamos dizer isso para o Chávez, vamos dizer para o Morales'. Essa postura de forte apoio à democracia, de forte cunho social, é o que nós temos a oferecer. Uma influência positiva na região. Não uma influência de hegemonia. Uma influência por contato -, disse o ministro.

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