O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou em discurso na 1ª Reunião de Chefes de Estado da Comunidade Sul-americana de Nações que é necessário "menos retórica e mais ação" no processo de integração dos países latino-americanos. De acordo com o presidente, "o Brasil decidiu associar o seu destino ao futuro da América do Sul".
Lula citou alguns elementos que caracterizam a região sul-americana, como potencial agrícola e energético, além da diversidade artística e cultural.
- Somos 350 milhões de homens e mulheres determinados a realizar todas a potencialidades da região dotada de imensos recursos. Possuímos economia complexa e diversificada com um Produto Interno Bruto (PIB) superior a US$ 1 trilhão -acrescentou.
O presidente disse que "em 2004, as nossas trocas inter-regionais aumentaram em 25%, alcançando um valor histórico de US$ 83 bilhões".
Lula lembrou, também, que o grupo "abraçou o desafio de desenvolver uma rede sul-americana de gasoduto. Mas a casa que estamos construindo requer soluções inovadoras de financiamento", afirmou. De acordo com ele, o Brasil financia 43 projetos de infra-estrutura na região. Isto, segundo ele, custa US$ 4,3 bilhões.
Lula falou aos presidentes da Bolívia, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Venezuela que o Brasil institui a obrigatoriedade do ensino da língua espanhola.
- O Brasil tornou o espanhol como ensino obrigatório e esperamos que o português também venha a ser lecionado nos outros países - disse.
O envio de tropas brasileiras ao Haiti também foi comentado pelo presidente. "A missão sul-americana no Haiti é um exemplo de que podemos prestar serviços para a paz e segurança. Mas recusamos a prepotência. Cabe aos haitianos decidirem sobre o seu futuro", acentuou.
Os outros quatro presidentes da América do Sul mandaram representantes e o presidente da Argentina, Nestor Kirchner, voltou para casa esta manhã, antes do término do encontro. O encerramento da 1ª Reunião de Chefes de Estado está previsto para as 13 horas, com palestras dos presidentes da Bolívia, Eduardo Rodriguez Veltzé, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.