Rio de Janeiro, 18 de Março de 2025

Liga árabe condena decisão de Donald Trump sobre Jerusalém

Os ministros de Relações Exteriores da Liga Árabe expressaram neste domingo sua firme rejeição à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

Domingo, 10 de Dezembro de 2017 às 08:30, por: CdB

Em reunião extraordinária, secretário-geral pede à comunidade internacional que reconheça Estado palestino com Jerusalém Oriental como capital. Netanyahu vai se encontrar com Macron e ministros do Exterior da UE

Por Redação, com DW - de Jerusalém:

Os ministros de Relações Exteriores da Liga Árabe expressaram neste domingo sua firme rejeição à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e pediram que o presidente americano voltasse atrás na decisão. 

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Em reunião extraordinária, secretário-geral pede à comunidade internacional que reconheça Estado palestino com Jerusalém Oriental como capital

Reunidos na sede da Liga Árabe, no Cairo, os ministros consideraram "nula" tal medida e a qualificaram como "violação perigosa da legislação internacional e das resoluções do Conselho de Segurança da ONU".

– Com a decisão, Trump legitima a ocupação de Jerusalém Oriental por Israel – criticou o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit. Na Guerra dos Seis Dias, em 1967; Israel ocupara e mais tarde anexara o leste de Jerusalém.

A iniciativa de Trump também gera "perguntas sobre o papel dos Estados Unidos e seu compromisso em fortalecer a estabilidade e a paz na região"; acrescentou Gheit, não apenas no Oriente Médio, mas em todo o mundo. Em resposta, a comunidade internacional deveria reconhecer a Palestina como Estado e Jerusalém Oriental como capital, pediu o secretário-geral.

No comunicado final do encontro, que foi convocado de maneira extraordinária pela Jordânia; os ministros salientaram que esta mudança na política dos EUA para o conflito palestino-israelense representa uma reviravolta "perigosa"; que coloca Washington do lado da "ocupação" e que o afasta do seu papel como mediador.

O texto, que contém 16 pontos, foi aprovado após intensas discussões; informou a agência de notícias EFE. "O conselho solicita aos Estados Unidos que anule sua decisão sobre Jerusalém e que trabalhe com a comunidade internacional; para que Israel se comprometa a aplicar as decisões internacionais e a pôr fim à ocupação ilegal; e ilegítima de todos os territórios palestinos e árabes ocupados desde junho de 1967", detalha o documento.

Sanções contra os EUA?

O Líbano sugeriu sanções dos Estados árabes contra os EUA para evitar a transferência da embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém. "Devem ser tomadas medidas cautelares contra esta decisão"; disse o ministro das Relações Exteriores, Gebran Bassil. "Em primeiro lugar, devem ser medidas diplomáticas, e depois políticas, seguidas de sanções econômicas e financeiras", disse. A Liga de Estados Árabes é formada por 22 países e as regiões autônomas palestinas.

Netanyahu na Europa

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, iniciou neste domingo uma viagem à França e à Bélgica, onde se encontrará com autoridades francesas e europeias. "Vou agora à Paris e a Bruxelas e me reunirei em Paris com o meu amigo, o presidente francês Emmanuel Macron, e depois em Bruxelas terei um importante encontro com os ministros europeus de Relações Exteriores. Nos últimos 22 anos, nenhum primeiro-ministro teve nenhum encontro assim. Eu dou grande importância à Europa. Respeito a Europa, mas não estou preparado para aceitar padrões duplos", explicou ele antes de partir.

– Ouço vozes que criticam a declaração histórica do presidente (Donald) Trump, mas não ouvi nenhuma condenação do lançamento de foguetes contra Israel e da terrível incitação contra nós – criticou.

Netanyahu, que também ocupa o posto de ministro de Relações Exteriores, acrescentou na nota: "Não aceitarei esta hipocrisia e, como sempre, inclusive neste importante fórum, representarei a verdade de Israel sem medo e com a cabeça erguida".

Macron está entre os líderes que advertiram Trump contra a intenção de reconhecer Jerusalém como capital de Israel; rompendo o consenso internacional e a postura histórica dos Estados Unidos de que o futuro de Jerusalém; tem que ser decidido num acordo de paz entre israelenses e palestinos. A União Europeia é muito crítica com a política de colonização israelense nos territórios palestinos ocupados e é defensora de uma solução de dois Estados nas fronteiras estipulada entre as partes em 1967. 

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