Posteriormente, a rede varejista anunciou que as Casas Bahia possuía saldo devedor de R$ 70,2 milhões; valor a ser pago em parcelas ao longo deste ano e reajustado pela taxa Selic.
Por Redação, com Reuters - de São Paulo
A rede de móveis e eletrodomésticos Via Varejo reduziu o prejuízo líquido no segundo trimestre deste ano, apoiada no crescimento da receita e no controle de despesas. A companhia, que detém as bandeiras Pontofrio e Casas Bahia, teve prejuízo líquido de R$ 45 milhões entre abril e junho, ante resultado líquido negativo de R$ 350 milhões no mesmo período de 2016.
Excluindo o impacto do acordo celebrado em 4 de julho com o GPA e membros da família Klein, o lucro ajustado ficou positivo em R$ 19 milhões no segundo trimestre. O termo assinado com membros da família Klein, acionista minoritária da empresa, ajusta perdas e garantias de reembolso, a fim de evitar disputas judiciais decorrentes da criação da varejista a partir da fusão entre Casas Bahia e Pontofrio, em 2010.
Posteriormente, a rede varejista anunciou que as Casas Bahia possuía saldo devedor de R$ 70,2 milhões; valor a ser pago em parcelas ao longo deste ano e reajustado pela taxa Selic. No segundo trimestre, a receita com vendas em mesmas lojas físicas subiu 10,8% na comparação anual. Trata-se do primeiro crescimento de dois dígitos desde o terceiro trimestre de 2013, segundo material de divulgação do balanço.
Prejuízo elevado
Considerando lojas físicas e online, a Via Varejo gerou R$ 6,146 bilhões em receita líquida ajustada, ante R$ 5,547 bilhões de abril a junho de 2016. A margem bruta ajustada subiu para 31,2%, de 28,5% um ano antes.
As despesas com vendas, gerais e administrativas atingiram R$ 1,589 bilhão no segundo trimestre, o equivalente a 25,9% da receita líquida ajustada. No mesmo período do ano passado, a proporção era de 28,3%.
A Via Varejo ainda apurou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 190 milhões, alta de 117% na comparação anual. De acordo com a empresa, a combinação de expansão em receita e margens com rigoroso controle de despesas a permitiu elevar a margem Ebitda a 3,1% no segundo trimestre, ante 1,6% um ano atrás.
A companhia encerrou o segundo trimestre com caixa líquido de R$ 1,962 bilhão - incluindo uma carteira de recebíveis não descontados de R$ 1,688 bilhão -, ante os R$ 1,22 bilhão em caixa ao fim de junho de 2016.
Já os investimentos no segundo trimestre recuaram 11,1% ano a ano, para R$ 32 milhões. No primeiro semestre, a Via Varejo desembolsou R$ 55 milhões, ante R$ 78 milhões de janeiro a junho do ano passado. As units da Via Varejo acumulam alta de cerca de 21,5% neste ano.
Próximos meses
A Via Varejo está apostando na ampliação de um projeto de abertura de lojas voltadas para consumidores de alta renda. A companhia busca capturar uma fatia do mercado que está migrando para o comércio eletrônico. Visa, ainda, driblar o ambiente de crise econômica que atinge mais fortemente as vendas de bens de consumo duráveis.
A companhia, maior rede de varejo do país, ampliou de 36 para 51 o número de lojas "premium". Elas foram abertas no país entre março e julho, com potencial para dobrar esse número nos próximos meses. Rivalizam com redes que já atuam no segmento, como a Fast Shop.
A expansão dos pontos abertos ocorreu depois que a companhia registrou incrementos no indicador de vendas. Mesmo nas lojas da categoria 'premium' de quase 32% no segundo trimestre. As informações são de Thiago Pasqua, diretor de operações das lojas do segmento.
— Nosso negócio é muito commodity, preço quem dá é o cliente e ele sabe o preço na Internet... O que fizemos foi mais uma lição de casa sobre os locais onde estávamos. Mas sem estrutura adequada de atendimento — disse o executivo.
Ele citou como diferenciais das lojas premium espaços onde o cliente pode interagir com produtos em ambientes decorados; e produtos de valor médio mais alto, como notebooks voltados a jogadores de videogames.