O ex-ministro é acusado de ter negociado com Odebrecht a alteração de licitação para atender os interesses da empresa na construção de sete sondas para a Petrobras,
Por Redação, com Reuters - de Brasília:
O ex-ministro Antonio Palocci foi condenado a 12 anos e 2 meses de reclusão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da operação Lava Jato por ter negociado propina superior a US$ 10 milhões com a Odebrecht, de acordo com a sentença do juiz Sérgio Moro divulgada nesta segunda-feira pela Justiça Federal do Paraná.
Palocci foi condenado com base em investigação aberta depois da delação premiada do ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, condenado no mesmo caso também a 12 anos de prisão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Mas com a pena suspensa por ter assinado a delação.
– A responsabilidade de um ministro de Estado é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes – diz Moro em sua sentença. Palocci está preso preventivamente em Curitiba desde setembro de 2016. Quando foi alvo da 35ª fase da operação Lava Jato.
Odebrecht
O ex-ministro é acusado de ter negociado com Odebrecht a alteração de licitação. Para atender os interesses da empresa na construção de sete sondas para a Petrobras. Depois que a empresa perdeu a primeira rodada de licitação.
O valor total da propina teria sido superior a US$ 10 milhões. Repassados em contas no exterior aos publicitários João Santana e Mônica Moura. Entre os meses de julho de 2011 e julho de 2012.
– O repasse subreptício, com utilização pelo Grupo Odebrecht. Pelos dois publicitários de contas secretas no exterior caracterizaria, segundo a denúncia. Não só crime de corrupção. Mas igualmente de lavagem de dinheiro – diz o juiz Sérgio Moro em sua sentença. "Além disso, o crime insere-se em um contexto mais amplo. Revelado nestes mesmos autos, de uma conta corrente geral de propinas com acertos de até R$ 200 milhões".
De acordo com fontes que acompanham as negociações, Palocci trabalha em um acordo de delação premiada que deve ser fechado "em breve". O ex-ministro dos governos Dilma e Lula estaria negociando a revelação de negócios que envolvem o setor financeiro, o que tem preocupado o setor.
Acordo de Palocci
Segundo uma das fontes, o acordo de Palocci é uma das prioridades do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que quer fechá-la antes de deixar o cargo, em 17 de setembro. Assim como a do operador financeiro Lúcio Funaro. Janot pretende, ainda, ter tempo de pedir aberturas de inquéritos com base nas delações.
Além de Palocci e Odebrecht, foram condenados pelo mesmo caso João Santana e Mônica Moura, por lavagem de dinheiro.
O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Assim como Eduardo Costa Vaz Musa, ex-gerente da área internacional da Petrobras, José Carlos de Medeiros Ferraz, ex-presidente da Sete Brasil, Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras. Foram condenados por corrupção passiva.
Os executivos da Odebrecht Hilberto Mascarenhas, Marcelo Rodrigues, Fernando Migliaccio da Silva, Luiz Eduardo da Rocha Soares e Olívio Rodrigues Júnior, responsáveis pelo chamado "setor de propinas" da empreiteira. Foram condenados por lavagem de dinheiro.