O ex-presidente do Barcelona está preso desde 25 de maio pelos crimes de lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa
Por Redação, com Efe - de Madri:
A juíza Carmen Lamena, da Audiência Nacional da Espanha, negou nesta sexta-feira um pedido de liberdade feito por Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona, em troca de uma fiança de 400 mil euros, por entender que há alto risco de que o ex-dirigente fuja do país, volte a cometer crimes e destrua provas.
A defesa de Rosell ofereceu a fiança depois de a Sala Penal da Audiência Nacional ter aberto caminho para essa possibilidade. O ex-presidente do Barcelona está preso desde 25 de maio pelos crimes de lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
A juíza, no entanto, entendeu que há razões para manter Rosell preso. "Se a Sala Penal quisesse ter imposto uma fiança, que assim o tivesse feito, fixando o valor que estimasse adequado", afirmou.
Fiança
Além disso, Lamela usou como argumento para negar a fiança de 400 mil euros oferecida pelo ex-dirigente o fato de Rosell ter alegado estar vivendo em precária situação econômica.
– Essa situação (de precariedade) não está de acordo com a quantia de 400 mil euros que é oferecida como fiança. Muito pelo contrário, a investigação feita até agora está longe de evidenciar que o senhor Rosell carece de meios econômicos – afirmou a juíza.
– O que (a investigação) mostra é que sua principal atividade empresarial, fonte de importantes receitas, está fora da Espanha – acrescentou a magistrada na decisão.
Além disso, Lamela acredita que há um "importante risco" de que Rosell volte a cometer crimes. Segundo ela, o ex-dirigente "vem operando dentro de um grupo organizados de pessoas que estão sendo investigadas também por outros países, como Estados Unidos, Brasil, Andorra e Suíça".
Valverde
O técnico do Barcelona, Ernesto Valverde, afirmou nesta sexta-feira que o clássico deste sábado contra o Real Madrid é uma oportunidade para a equipe se recuperar da derrota na Supercopa da Espanha; quando o clube catalão foi superado pelo rival duas vezes, por 3 a 1 e 2 a 0.
Em entrevista coletiva prévia à partida que será disputada no Santiago Bernabéu; Valverde afirmou que seus jogadores chegam com esperança para o terceiro jogo entre as equipes na temporada.
– Estamos esperançosos para essa partida porque é uma grande oportunidade para nos recuperarmos do que aconteceu. Estamos todos prontos para enfrentar o Real Madrid – afirmou Valverde.
Apesar de liderar o Campeonato Espanhol com 11 pontos de vantagem sobre o rival; que ainda tem um jogo a menos por causa da disputa do Mundial de Clubes, Valverde não acredita que o Barcelona seja o favorito contra o Real Madrid no clássico no Bernabéu.
– Não acho que sejamos favoritos. São partidas especiais e não importa a classificação. Eles jogam em casa e lá são melhores – destacou o técnico do Barcelona.
Valverde também negou que o clássico seja decisivo para o futuro do Espanhol. "Aconteça o que acontecer nessa partida, restará muito campeonato para as duas equipes e tudo ainda para decidir", afirmou.
– Também temos o Atlético de Madrid a seis pontos (de distância). Se não ganharmos e eles sim, ficariam a três. O que queremos é entrar na partida de amanhã como se fosse a última – explicou.
O técnico do Barcelona também destacou as qualidades do Real Madrid: a pressão avançada nos primeiros minutos do jogo e os contra-ataques perigosos.
– Eles têm uma transição ofensiva muito rápida e têm muitas virtudes. Pensamos que tentarão fazer pressão desde o início – analisou o comandante da equipe catalã.
Jogadores
Valverde também falou sobre a possibilidade de os jogadores do Barcelona abrirem um corredor para a passagem dos rivais do Real Madrid; uma homenagem pela vitória no Mundial de Clubes.
– Isso era feito simbolicamente e não tinha adquirido o aspecto midiático de agora, o que está contaminando tudo. O Real Madrid tem nosso reconhecimento por tudo o que conseguiu neste ano. Não gostaria de ter que fazer o corredor para ninguém; nem que ele fosse feito para a mim. Isso perdeu a essência dos outros anos – criticou.
O clássico ocorrerá dois dias depois das eleições regionais da Catalunha. O pleito, no entanto, não deverá influenciar no ambiente entre os jogadores dentro do Santiago Bernabéu.
– O ambiente de amanhã será bom. Não tenho nenhuma dúvida. Fomos jogar contra o Atlético de Madrid perto ou depois do dia 1º de outubro (dia do referendo de independência da Catalunha); e tivemos um bom ambiente. Espero que amanhã seja igual – destacou.
