Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2025

Jovens negros são maiores vítimas de armas de fogo no país

As principais vítimas de homicídios por arma de fogo, em 2004, foram os adolescentes negros que moram em grandes cidades. A constatação foi divulgada pelo Ministério da Saúde, como parte do livro Saúde Brasil 2006 - Uma Análise da Desigualdade em Saúde. (Leia Mais)

Sábado, 20 de Janeiro de 2007 às 11:41, por: CdB

As principais vítimas de homicídios por arma de fogo, em 2004, foram os adolescentes negros que moram em grandes cidades. A constatação foi divulgada pelo Ministério da Saúde, como parte do livro Saúde Brasil 2006 - Uma Análise da Desigualdade em Saúde. O livro está na página do ministério na internet e tem publicação prevista para este semestre.

De acordo com a pesquisa, o percentual de homicídios por arma de fogo aumentou entre 1990 e 2004, especialmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Nos municípios mais populoso, chegou a crescer em 80% o número de assassinatos, enquanto nos menos populosos, o percentual de crescimento é de creca de 50%.

Nesses 14 anos, a taxa de homicídios quase dobrou: de 14,1 óbitos por agressão para cada 100 mil habitantes, em 1990, passou para 27,2 por 100 mil em 2004. Porém, o país registrou uma redução de 6,3% na taxa de óbitos em 2004, em comparação com o ano anterior. O grupo com maior risco de ser vítima de homicídios é o de homens negros, com 15 a 29 anos.

A redução na taxa de óbitos, segundo o Ministério da Saúde, pode ser creditada à implantação do Estatuto do Desarmamento, no final de 2003. Com o Estatuto, aumentou o controle sobre a venda e a compra de armas, além do incentivo ao recolhimento voluntário delas.

Também caiu, em 2004 e no primeiro semestre de 2005, o número de internações no Sistema Único de Saúde (SUS). E nos estados onde o recolhimento de armas foi maior, houve maior redução das taxas de mortalidade por agressão.

O diretor do Departamento de Análise de Situação da Saúde do ministério, Otaliba Libânio, destacou ainda "a pequena redução no número de mortes por acidente de trânsito, com a implantação do Código de Trânsito Brasileiro". No entanto, acrescentou nos municípios médios e pequenos, com população menor, "mantém-se a tendência de aumento no número de mortes por acidente de trânsito, enquanto nos grandes municípios o índice se estabilizou ou começou a diminuir".

A população adulta, jovem e principalmente o homens são os mais atingidos por esses acidentes, segundo Libânio, que destacou os atropelamento como o maior risco. "Mas um fato novo que o Brasil vem mostrando é o aumento no número de mortes entre os condutores de motocicletas", destacou.

O diretor lembrou também que a quinta causa de morte entre adolescentes, em 2004, foi o suicídio: "Em um ano, o suicídio provocou cerca de 8 mil óbitos no Brasil".

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