Rio de Janeiro, 28 de Dezembro de 2025

Janot reúne provas para nova denúncia contra Temer

Temer já responde, no Supremo Tribunal Federal (STF), há cerca de um mês, por corrupção passiva. Ele foi citado na delação premiada de Joesley Batista, dono do Grupo J&F.

Terça, 25 de Julho de 2017 às 11:24, por: CdB

Temer já responde, no Supremo Tribunal Federal (STF), há cerca de um mês, por corrupção passiva. Ele foi citado na delação premiada de Joesley Batista, dono do Grupo J&F.

 

Por Redação - de Brasília

 

Procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot reúne o máximo possível de provas dos crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa em uma única denúncia contra o presidente de facto, Michel Temer. A peça acusatória deverá estar pronta antes de Janot deixar o cargo, em setembro.

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Janot prepara uma super denúncia contra Temer, antes de deixar o cargo, em setembro

Temer já responde, no Supremo Tribunal Federal (STF), há cerca de um mês, por corrupção passiva. Ele foi citado na delação premiada de Joesley Batista, dono do Grupo J&F. A acusação segue com o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte Suprema. Ele a encaminhou para aprovação da Câmara, que precisa autorizar o prosseguimento da denúncia. A votação, em Plenário, está marcada para o início do próximo mês, após o fim do recesso parlamentar.

Loteamento

A PGR chegou a avaliar o oferecimento de mais duas denúncias contra Temer. Agora, no entanto, trabalha com a possibilidade de oferecer apenas uma, com os dois crimes reunindos.

O oferecimento da nova denúncia depende, porém, que o inquérito sobre o PMDB da Câmara, pelo crime de quadrilha, seja encerrado. Desmembrada do inquérito original que tramita no STF e investiga a atuação do PT, PMDB e PP na Petrobras, a apuração contra os peemedebistas da Câmara mira nos políticos aliados de Temer que ocuparam importantes cargos na Petrobras e na Caixa.

O PMDB vê, assim, o cerco contra a cúpula do partido se fechar. Seis senadores e dois dos principais aliados de Temer já são alvo de 24 inquéritos no Supremo. Um deles, o senador Valdir Raupp (RO), já é réu numa ação penal. Boa parte das investigações foi autorizada no STF, três anos após a Lava-Jato ter revelado o loteamento da Petrobras entre o PT, PMDB, PP e PSDB.

Corruptores

Segundo a PGR, Temer recebeu propina do Grupo JBS e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures agiu como intermediário. A aceitação da denúncias depende do voto de 342 deputados. Desde que o caso foi revelado, Temer nega as acusações.

A confissão do lobista Jorge Luz ao juiz Sergio Moro, na semana passada, revelou uma conta do PMDB na Suíça. Segundo Luz, o dinheiro era movimentado pelo deputado Aníbal Gomes (CE), braço direito do senador Renan Calheiros (AL).

No grupo, Renan é o político que responde ao maior número de inquéritos. É alvo, atualmente, de dez investigações no STF. Em quatro delas, outros caciques do partido, como os senadores Edison Lobão (MA), Romero Jucá (RR), Jader Barbalho (PA) e Raupp (RO), também são investigados. As acusações se estendem desde a suposta formação de organização criminosa para atuar no esquema de corrupção da Petrobras até venda de Medidas Provisórias adequadas às necessidades dos corruptores.

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