Rio de Janeiro, 10 de Abril de 2025

Israel e Alemanha podem boicotar conferência contra o racismo

A Alemanha ainda não anunciou a sua posição quanto ao boicote previsto por Israel e EUA à Conferência Mundial contra o Racismo, Xenofogia e Intolerância, que começará nesta sexta-feira em Durban, na África do Sul. Líderes alemães e judeus, no entanto, discutiram o assunto nesta terça-feira, em Berlim

Terça, 28 de Agosto de 2001 às 17:05, por: CdB

Ministros do Exterior da Alemanha e de Israel já discutiram o boicote semana passada em Jerusalém, revelou o embaixador israelense em Berlim. Depois dos Estados Unidos, Israel também anunciou que vai boicotar a conferência da ONU contra o racismo, xenofobia e intolerância, que começará sexta-feira em Durban, na África do Sul. O embaixador israelense em Berlim, Shimon Stein, disse nesta terça-feira, na capital alemã, que os planos de boicote do seu país foram discutidos pelos ministros do Exterior da Alemanha, Joschka Fischer, e de Israel, Shimon Peres, na semana passada, em Jerusalém. Fischer ainda não se manifestou sobre a questão. A razão principal do boicote do governo ultra-conversvador do primeiro-ministro Ariel Sharon são, oficialmente, os esforços dos Estados árabes para colocarem Israel no pelourinho de críticas por causa do tratamento racista que dispensa aos palestinos. Segundo o embaixador israelense, ainda é incerto se o seu país enviará observadores para a conferência mundial. O governo dos EUA anunciou ontem que o secretário de Estado, Colin Powell, não participará do encontro internacional. O presidente George W. Bush tinha dito sexta-feira que os EUA não enviariam representante "se o encontro se tornasse um fórum para isolamento de Israel, um país amigo e forte aliado". Os Estados Unidos e Israel deixaram aberta a possibilidade de uma participação caso sejam retirados dos textos preparados as expressões que denotam uma temida exclusão e deslegitimação de Israel. O embaixador israelense lembrou, em Berlim, que a ONU anulou em 1991 a equiparação do cionismo ao racismo que existia em suas resoluções. "Se a conferência mundial em Durban restabelecer essa comparação, então o conflito no Oriente Médio não tem mais solução", disse o diplomata. A retomada das posições anteriores a 1991 seria, segundo ele, um retrocesso para as Nações Unidas, que querem participar de uma solução de paz no Oriente Médio. A meta da conferência da ONU contra o racismo, xenofobia e tolerância, segundo o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, é fomentar o diálogo entre as diversas culturas e evitar uma escalada das tensões entre elas.

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