A ação representa a mais pesada investida militar israelense na Síria desde o início da guerra civil síria em 2011, na qual tropas iranianas, milícias xiitas aliadas e soldados russos se mobilizaram em apoio ao presidente sírio, Bashar al-Assad
Por Redação, com Reuters - de Jerusalém/Beirute:
Israel afirmou nesta quinta-feira que atacou quase toda infraestrutura militar do Irã na Síria depois que forças iranianas dispararam mísseis contra território controlado por Israel pela primeira vez.
A ação representa a mais pesada investida militar israelense na Síria desde o início da guerra civil síria em 2011; na qual tropas iranianas, milícias xiitas aliadas e soldados russos se mobilizaram em apoio ao presidente sírio, Bashar al-Assad.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que monitora o conflito; disse que os ataques israelenses mataram pelo menos 23 militares, incluindo sírios e não sírios.
O ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, disse que os mísseis iranianos não acertaram seus alvos; que eram bases militares nas Colinas de Golã ocupadas por Israel, ou foram interceptados.
As expectativas sobre um aumento de tensão na região; em meio a alertas de Israel de que estava determinado a impedir o entrincheiramento militar iraniano na Síria; foram alimentadas pelo anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na terça-feira; de que vai retirar seu país do acordo nuclear fechado com o Irã em 2015.
O governo Trump
O governo Trump retratou sua posição contra o acordo como uma resposta; em parte, às intervenções militares de Teerã na região; endossando a postura rígida do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, diante do Irã.
O ataque em Golã foi “só mais uma demonstração de que o regime iraniano não é confiável e outro bom lembrete de; que o presidente tomou a decisão certa de sair do acordo com o Irã”; disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, à rede Fox News.
Israel disse que 20 foguetes iranianos Grad e Fajr foram abatidos por seu sistema de defesa antiaérea Domo de Ferro ou não atingiram os alvos em Golã; um território que capturou da Síria na Guerra dos Seis Dias de 1967.
A Força Quds
A Força Quds, um braço externo da Guarda Revolucionária iraniana, realizou o ataque, segundo Israel.
A mídia estatal síria disse que dezenas de mísseis israelenses atingiram uma estação de radar, posições da defesa aérea do país; e um depósito de munições, ressaltando os riscos de uma escalada ainda maior envolvendo o Irã e seus aliados regionais.
O Ministério da Defesa russo disse que a Síria abateu mais da metade dos mísseis disparados por Israel; segundo a agência de notícias RIA.
– Atingimos… quase toda infraestrutura iraniana na Síria – disse Lieberman em uma sessão de perguntas e respostas na conferência de segurança anual Herzliya; em Tel Aviv. “Espero que tenhamos encerrado este capítulo e que todos tenham recebido o recado”.
Militares israelenses
O porta-voz dos militares israelenses, tenente-coronel Jonathan Conricus; disse a repórteres que o ataque iraniano foi “comandado e ordenado por Qassem Soleimani (principal general da Força Quds); e não cumpriu seu objetivo”.
Conricus disse que Israel reagiu destruindo dezenas de instalações militares iranianas na Síria; além de unidades antiaéreas sírias que tentaram em vão derrubar aviões israelenses.
– Ainda não sabemos o saldo de baixas (iraniano) – disse. “Mas posso dizer que, em termos do nosso objetivo, nos concentramos menos nos recursos humanos; e mais nas capacidades e nos equipamentos; para infligir danos de longo prazo no establishment militar iraniano na Síria. Avaliamos que este precisará de um tempo substancial para se recompor”.
O Irã não comentou de imediato.