Rio de Janeiro, 14 de Dezembro de 2025

Interpol entra na investigação sobre morte de espião russo

Terça, 12 de Dezembro de 2006 às 10:15, por: CdB

A Interpol está ajudando a coordenar a investigação sobre o envenenamento do ex-espião russo Alexander Litvinenko, que agora envolve forças da Alemanha, da Rússia e da Grã-Bretanha. O chefe do escritório russo da Interpol disse, nesta terça-feira, que a instituição, formada por 186 países, foi chamada para melhorar o fluxo de informações entre os três países, que fazem investigações individuais sobre a morte de Litvinenko, ocorrida em 23 de novembro.

O ex-espião morreu em um hospital de Londres após sofrer contaminação pelo isótopo radioativo polônio-210. Em nota divulgada por amigos após sua morte, Litvinenko acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de encomendar sua morte. O Kremlin nega qualquer envolvimento.

- A Interpol será convocada, e já está sendo convocada, para uma rápida troca de informações entre os vários países - disse Timur Lakhonin, chefe do escritório da Interpol na Rússia, à agência russa de notícias Itar-Tass. Ele não deu mais detalhes.

Na França, uma porta-voz da Interpol disse que a agência "existe para assistir operações policiais, e obviamente este caso é internacional em sua natureza, e a Interpol pode, portanto, oferecer assistência internacional entre os países, como e quando for solicitada".

Investigadores britânicos estão na Rússia para ouvir pessoas que se encontraram com Litvinenko, e jornais russos dizem que promotores do país se preparam para viajar a Londres a fim de realizar entrevistas. As autoridades alemãs suspeitam que um empresário russo, que encontrou Litvinenko no dia em que ele adoeceu e que agora está hospitalizado em Moscou, tenha envolvimento com a morte do ex-espião.

Na terça-feira, a Alemanha liberou quatro pessoas suspeitas de contaminação por polônio, o que teria acontecido em contato com o possível suspeito, chamado Dmitry Kovtun. Ele negou ter envolvimento no envenenamento de Litvinenko. Gerald Kirchner, da Agência Alemã de Proteção à Radiação, disse que a ex-esposa, a atual namorada e os dois filhos de Kovtun não devem sofrer problemas de saúde. Kovtun passou a noite de 28 de outubro no apartamento da ex-mulher em Hamburgo, onde foram achados traços da substância radioativa.

- Com base na nossa atual avaliação, podemos definitivamente descartar qualquer perigo para as quatro pessoas que foram expostas. A contaminação no apartamento é praticamente igual à que um fumante estaria exposto se fumasse vários maços de cigarro ou charutos fortes - disse Kirchner a uma rádio de Moscou.

Kovtun apresenta sintomas de contaminação radioativa, segundo promotores russos. Mas há relatos conflitantes sobre seu exato estado de saúde.

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