Ao Ministério Público, Yunes disse que serviu de "mula" (intermediário, no jargão do submundo) para que Padilha viabilizasse o recebimento de um pacote de dinheiro em seu escritório
Por Redação - de Brasília e Porto Alegre
Chefe afastado da Casa Civil, o ex-deputado Eliseu Padilha deverá efetuar uma tentativa de voltar ao cargo, dentro de mais alguns dias, na tentativa de manter o foro privilegiado. Mas, talvez, não tenha essa oportunidade. Sua permanência no cargo fica cada vez mais difícil, após a Procuradoria Geral da República deixar vazar, para a mídia conservadora, a intenção de investigá-lo. Padilha foi citado no depoimento do empresário José Yunes, melhor amigo do presidente de facto, Michel Temer.
Ao Ministério Público, Yunes disse que serviu de "mula" (intermediário, no jargão do submundo) para que Padilha viabilizasse o recebimento de um pacote de dinheiro em seu escritório, entregue pelo doleiro Lúcio Funaro. Apenas algumas horas depois de Yunes falar à imprensa, o chefe da Casa Civil pediu licença do cargo. Irá se submeter a uma cirurgia na próstata, como justificou sua viagem, na quarta-feira, a Porto Alegre.
Padilha mora na capital gaúcha, onde deverá passar, neste fim de semana, pela intervenção cirúrgica. Assessores Planalto, falando na condição de anonimato a um dos diários conservadores paulistanos, dizem que ele prolongará a licença. Em tese, ele retornaria a Brasília no dia 6 de março.
O pagamento de dinheiro da Odebrecht para Michel Temer foi entregue no escritório de José Yunes. Esta versão consta também na delação premiada do ex-executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho.