A senadora Hillary Rodham Clinton, durante encontro com aliados em New Hampshire, nesta quarta-feira, deixou transparecer que pretende concorrer às prévias do Partido Democrático para a sucessão do presidente George W. Bush, que acontecerão no final do ano que vem. Segundo disse a jornalistas Patricia McMahon, sua ex-assessora na Casa Branca durante o mandato do marido, Bill Clinton, a senadora "é sempre uma observadora do governo e de como chegar lá".
A desenvoltura com que a ex-primeira-dama circula em almoços, coquetéis, jantares e reuniões tanto em escritórios quanto em sua casa, em Washington, segundo analistas, trata-se da preparação do anúncio que marcará os seus primeiros passos para a campanha presidencial. Em recente encontro, em Nova York, a senadora Clinton, segundo participantes da reunião, transita entre a leve dúvida quanto à participação no processo sucessório dos EUA e a candidata declarada, que pede apoio e, aos quadros mais próximos, que aguardem o anúncio de sua decisão.
A senadora democrática tem sondado se o ex-vice-presidente Al Gore irá ou não concorrer novamente à Presidência e já soube, segundo assessores, que ele tende a não participar da corrida presidencial. Sua equipe de trabalho também tem buscado informações sobre o quanto de voto ainda restou ao senador John Kerry, do Estado de Massachusetts, após a derrota para o presidente Bush, em 2004. Apurou, de acordo com a avaliação de líderes democratas, que restam poucos delegados dispostos a apoiá-lo.
Apesar de ter dois nomes de destaque praticamente fora da disputa, segundo democratas, a senadora vê outros dois oponentes bem posicionados na disputa: O senador Barack Obama do Estado de Illinois e o ex-senador John Edwards, do Estado da Carolina do Norte. Barack Obama, no entanto, seria o maior obstáculo para a indicação, embora creia que sua inexperiência política, principalmente no campo da diplomacia externa, confere à senadora condições de se apresentar melhor junto ao eleitorado norte-americano, cada vez mais preocupado com as repercussões futuras da derrota iminente no Iraque.
