Rio de Janeiro, 31 de Dezembro de 2025

Greve de operários prejudica obras do estádio João Havelange

Sexta, 02 de Março de 2007 às 09:07, por: CdB

Uma greve dos funcionários interrompeu na manhã desta sexta-feira parte dos trabalhos de construção do Estádio João Havelange, uma das principais instalações esportivas do Rio de Janeiro para os Jogos Pan-Americanos deste ano.
 
Os operários reivindicam melhores condições de serviços e garantem que não voltarão às atividades enquanto não tiverem um pronunciamento considerado favorável por parte da Riourbe, empresa municipal responsável pelas obras, segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada (Sitraicp).
 
Informada sobre a greve, a Riourbe negou que os funcionários sejam expostos a más condições e afirmou que o movimento partiu de um sindicato, que escolheu a obra do Engenhão para promover uma solicitação geral da categoria pelo aumento do dissídio salarial.
 
Entre as queixas dos operários, estão a demora na entrega e na qualidade da alimentação e a falta de água potável, de acordo com Erinaldo Pedro Soares, diretor do Sitraicp. Ele afirmou que 60 por cento dos funcionários que trabalham no estádio aderiram à paralisação.
 
- Num calor desses de 38 graus, imagina o trabalhador ter que tomar água quente? - disse Soares, negando a alegação da empresa municipal de que o sindicato teria incentivado a greve.
 
- Eu discordo totalmente. Eles (Riourbe) dizem isso porque não estão sofrendo na pele o que os funcionários estão passando. Lá está todo mundo no ar-condicionado, queria ver eles agüentarem um dia aqui - reclamou.
 
O Engenhão, palco das competições de atletismo e futebol dos Jogos Pan-Americanos, é uma obra de responsabilidade da prefeitura do Rio e está orçado em 385 milhões de reais. A arena terá capacidade para 45 mil torcedores e a previsão de entrega das obras é no mês de maio.
 
A Riourbe informou que 2.300 funcionários trabalham no local. A empresa afirmou que por enquanto não vai tomar nenhuma medida, tendo em vista que a paralisação dos funcionários não seria contra a obra.
 
- Eles têm direito de se manifestar - disse uma assessora da Riourbe. No mês passado, um operário morreu em decorrência de uma queda dentro do estádio. De acordo com Soares, operários de outras obras dos Jogos Pan-Americanos também estariam trabalhando sob más condições e estariam propensos a também entrar em greve.
 
- As outras obras por enquanto estão normal, mas o pessoal está disposto - afirmou.
 
A União assegurou nesta quinta-feira a liberação de R$ 100 milhões para a conclusão das obras para os Jogos Pan-Americanos, que começam no dia 13 de julho. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu assinar, na quarta-feira, a medida provisória que garante a destinação do dinheiro para as obras do Complexo Maracanã-Maracanãzinho.

O anúncio foi feito pessoalmente durante encontro, em Brasília, com o governador Sérgio Cabral e o vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão. A verba, proveniente de emendas parlamentares, vai impulsionar as obras também do Estádio Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio Delamare.

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