Rio de Janeiro, 18 de Março de 2025

Greve de fome dos trabalhadores contra reforma da Previdência completa sete dias

A greve de fome dos trabalhadores rurais iniciada na última terça contra a proposta de reforma da Previdência do governo Temer entrou no sétimo dia nesta segunda-feira

Segunda, 11 de Dezembro de 2017 às 12:07, por: CdB

Segundo entidade da Igreja Católica, jejum dos trabalhadores rurais serve de exemplo "para despertar a consciência da população". Para o MST, luta contra a reforma da Previdência é a principal disputa do momento

Por Redação, com RBA - de São Paulo:

A greve de fome dos trabalhadores rurais iniciada na última terça contra a proposta de reforma da Previdência do governo Temer entrou no sétimo dia nesta segunda-feira. Além das camponesas Leila Denise, Josi Costa, e do Frei Sérgio Görgen, que fazem parte do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), também aderiu ao jejum na última sexta-feira, na sede da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), em Brasília, o bombeiro civil e militante do Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) Fábio Tinga.

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Trabalhadores rurais pedem "jejum público" nesta segunda-feira em todo país contra reforma da Previdência do governo Temer

Nesta segunda, o MPA convoca militantes e apoiadores a somarem a causa dos quatro em jejum público na Câmara dos Deputados; e nos espaços públicos, em todo o país, como as assembleias legislativas estaduais e câmaras municipais.

O movimento afirma que, apesar do discurso oficial do governo Temer de que; os trabalhadores rurais não seriam afetados pelas novas regras das aposentadorias; eles serão efetivamente afetados por diversos dispositivos que aparecem em versões do projeto. 

Segundo o MPA, além de idade mínima mínima e do tempo de contribuição, a obrigatoriedade de 180 contribuições mensais individuais (ou 15 anos); para alcançar os benefícios alcançaria também os trabalhadores rurais. Já a greve de fome, classificada como "medida extrema" pelo Frei Görgen; serve para antecipar os efeitos da reforma na mesa da maioria da população.

Apoios

– Neste ambiente de profundas conturbações que o país está vivendo, a partir da realização de modificações na legislação que colocam em risco os direitos do povo, em especial dos mais pobres e vulneráveis, voltamos a afirmar, esta reforma é, com certeza, uma atitude imprudente – diz a Cáritas Brasileira, em nota intitulada Se calarem a voz dos profetas as pedras falarão…. 

Segundo a entidade da Igreja Católica, a iniciativa dos trabalhadores serve de exemplo "para despertar a consciência da população; sobre o desprezo e o autoritarismo daqueles que estão, sem o mínimo de diálogo, passando por cima de direitos consagrados". 

– Até o final do ano, o centro da nossa disputa com o capital e os golpistas é a reforma da Previdência – afirmou o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile. Em visita aos camponeses, Stédile afirmou que o que o governo Temer pretende, na verdade, é "privatizar a Previdência". 

O presidente da CUT, Vagner Freitas, classificou a greve de fome dos trabalhadores como um "esforço extraordinário; que não será em vão", e prometeu greve geral caso o governo coloque o projeto da reforma da Previdência em votação. "Podem ter certeza que estamos fazendo todos os esforços para que essa reforma não passe. Se botar para votar, o Brasil vai parar, numa greve muito forte."

Para a Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do Rio Grande do Sul (FTMRS-CUT); a iniciativa dos camponeses é "louvável" e "símbolo da resistência da classe trabalhadora".

RS

– Nós, freis franciscanos que atuamos no Rio Grande do Sul junto aos assentados e acampados; aos camponeses, nas periferias das cidades, junto à juventude, queremos externar nossa solidariedade e apoio a esta atitude profética de nosso confrade Frei Sérgio e das jovens militantes do MPA. E, juntos com todos os homens e mulheres de boa vontade, clamar aos nossos Governantes e Congressitas: ‘respeitem os direitos sagrados dos homens e mulheres que no campo e na cidade geram a riqueza; e o alimento do nosso imenso Brasil – dizem os religiosos da Ordem dos Frades Menores da Província São Francisco de Assim (RS), que também manifestaram apoio, dentre outros.

– Queremos agradecer o apoio vindo de todas as forças, de todas as pessoas e organizações; que tem se solidarizado com essa greve e contamos com todos vocês para continuar arduamente essa luta contra a Reforma; que pode gerar a fome para muitas famílias; também contamos com vocês para engrossar as fileiras e continuarmos na luta por nenhum direito a menos, especialmente agora contra a reforma da Previdência – agradece Leila.

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