Governo pede que população não volte ao local do acidente
O governo de Minas Gerais pediu à população da região de Mariana que não retorne à área próxima do rompimento das barragens Fundão e Santarém até que todos os procedimentos de segurança estejam concluídos. A solicitação foi feita em nota e em alerta divulgado após os abalos sísmicos.
Por Redação, com ABr - de Brasília:
O governo de Minas Gerais pediu à população da região de Mariana que não retorne à área próxima do rompimento das barragens Fundão e Santarém até que todos os procedimentos de segurança estejam concluídos. A solicitação foi feita em nota e em alerta divulgado após os abalos sísmicos identificados na área do município. As operações de busca e resgate do Corpo de Bombeiros prosseguirão. O abalo, com 2,1 graus de magnitude, foi registrado pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP).
A mineradora Samarco fez nesta quarta-feira intervenções para elaborar um diagnóstico apurado sobre a situação da barragem Germano, a terceira da empresa localizada na mesma área. De acordo com o Corpo de Bombeiros, quatro mortos foram identificados e dois corpos aguardam análise.
A solicitação foi feita em nota e em alerta divulgado após os abalos sísmicos identificados na área do município
Duas pessoas foram encontradas e estão abrigadas em casa de parentes. Há 21 pessoas desaparecidas, sendo 11 funcionários da empresa e 10 informados por familiares. Além disso, 631 pessoas estão desabrigadas e alojadas em hotéis. Os sobreviventes estão recebendo donativos, apoio médico, medicação e água. Segundo a prefeitura, mais 200 pessoas estão em casas de parentes.
Bombeiros do Espírito Santo e de Santa Catarina vão apoiar as operações nas localidades atingidas pelo rompimento das barragens no último dia 5 deste mês. O trabalho será concentrado na busca e no resgate das 21 pessoas que estão desaparecidas. Eles trabalham com o auxílio de cães treinados das duas corporações.
O Serviço Geológico do Brasil faz o monitoramento contínuo da Bacia do Rio Doce, que abrange diversos municípios do leste de Minas Gerais e do Espírito Santo, para acompanhar a evolução da onda de lama provocada pelo rompimento das barragens. O sistema tem como objetivo alertar 15 municípios da bacia quanto ao risco de ocorrência de enchentes, sendo 12 em Minas Gerais e três no Espírito Santo. Algumas regiões abastecidas pelo Rio Doce estão com o fornecimento de água suspenso.
A onda de cheia passou pelo Rio Gualaxo do Norte, Rio do Carmo e agora está se deslocando ao longo da calha do Rio Doce. O pico de vazão já chegou ao município de Linhares (ES). Com as informações coletadas, a velocidade da massa de água com elevada turbidez (Lama), que é mais lenta que a onda de cheia, está sendo atualizada constantemente e pode variar ao longo do deslocamento até a chegada à foz do Rio Doce. A previsão é de que a água com maior turbidez chegue aos municípios de Tumiritinga e Galiléia nesta quarta-feira. A onda de cheia não causará enchentes nos municípios que estão localizados às margens do Rio Doce.
Animais em risco
A tragédia que atingiu mais de 600 pessoas no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, também deixará marcas nos animais. Equipes especializadas de resgate da Defesa Civil de Minas Gerais trabalham intensamente no resgate de animais em risco, que estão sendo medicados e encaminhados a um abrigo municipal. Entre os que precisaram ser retirados do mar de lama foram encontrados cachorros, cavalos, vacas e, até mesmo, um pato.
De acordo com a veterinária comportamentalista, Simone Bergamini, os animais devem ser recolhidos e colocados em um ambiente tranquilo.
- Alguns podem evitar o contato e permanecerem escondidos. É uma reação secundária ao trauma. O ideal é que eles sejam acompanhados por um especialista para que consigam superar o trauma - explicou.
- Todos os animais são seres passíveis de emoção e em uma tragédia como essa eles estão sujeitos ao estresse e aos traumas emocionais e psicológicos, além de físicos. No caso dos animais que perderam seus tutores, o ideal é que não sejam adotados imediatamente - completou Simone Bergamini.
Cães farejadores
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais vai contar com o auxilio de três cães farejadores durante os trabalhos de busca e resgate no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG). Segundo informação da corporação, os cães receberam treinamento especializado para atender a esse tipo de ocorrência e vão acompanhar os trabalhos dos militares.
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