O governo federal lança nesta quarta-feira o Plano de Enfrentamento da Feminização da Aids e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis, para reduzir os índices de contaminação de mulheres por essas doenças. O lançamento será feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Rio de Janeiro.
O plano vai ser desenvolvido nos próximos quatro anos e tem metas até 2008, como o aumento da distribuição de preservativos femininos pelo Ministério da Saúde, de 4 milhões neste ano para 10 milhões no próximo ano. De acordo com a diretora do Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids), Mariângela Simão, isso permitirá ampliar o alcance dos preservativos, que hoje ainda é restrito.
- Hoje, a gente usa o preservativo feminino em alguns grupos mais vulneráveis, como as profissionais do sexo e mulheres que vivem numa situação de violência doméstica. A idéia é aumentar o número de pessoas atendidas, mas ainda atender a esses grupos mais específicos - disse a diretora do programa.
Outras metas do plano são dobrar o percentual de mulheres que realizam teste anti-HIV de 35% para 70% e reduzir a transmissão vertical (de mãe para bebê) do vírus da aids de 4% para menos de 1% até 2008. Para isso, o Ministério da Saúde pretende realizar testes rápidos de detecção de HIV em cerca de um milhão de gestantes até o final do ano.
Segundo Mariângela Simão, atualmente as mulheres representam cerca de um terço dos portadores do vírus no Brasil. Dados do Ministério da Saúde mostram que, de 1995 a 2005, a infecção por HIV entre a população feminina cresceu 44%. Ela explicou que a mulher se torna mais vulnerável por vários aspectos, que vão desde a dificuldade em negociar o uso de preservativo com o homem na relação sexual até a ocorrência de violência sexual doméstica.
- E quando você pega a faixa etária de 13 a 19 anos, já se nota que tem mais meninas com aids do que meninos, adquirida por via sexual. Então, o governo federal está lançando este plano voltado muito para a integração das ações, que vão desde a prevenção da transmissão dos vírus da aids e da sífilis para o bebê, quando a mulher está grávida, até as questões de enfrentamento da violência sexual e doméstica - afirmou.
O plano será coordenado pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Nesta quarta-feira, será lançada também a Campanha de Prevenção das DST/Aids nos Jogos Pan-Americanos do Rio 2007, que prevê a distribuição de preservativos e material educativo durante a competição, que ocorre em julho.