Rio de Janeiro, 06 de Dezembro de 2025

Governo estuda redução no percentual de álcool na gasolina

Ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes apresentou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta sexta-feira, a recomendação de técnicos da pasta para o acompanhamento diário do mercado de energia. (Leia Mais)

Sexta, 05 de Janeiro de 2007 às 10:48, por: CdB

Ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes apresentou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta sexta-feira, a recomendação de técnicos da pasta para o acompanhamento diário do mercado de energia para, se os preços do álcool subirem "de forma descontrolada", o Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cima) seja convocado a rever o percentual do combustível misturado à gasolina, atualmente em 23%.

- Se os preços crescerem excessivamente, obviamente o governo não ficará passivo - disse Guedes.

Ele garantiu que não há justificativa para aumentos substanciais do preço do álcool, mas não informou a partir de qual preço o governo mudará a mistura. Os produtores de álcool esperavam que o governo elevasse o percentual misturado à gasolina para 25% agora em janeiro, o que foi descartado pelo ministro, em entrevista a jornalistas, nesta sexta, diante da recente alta dos preços do combustível.

Apesar dos aumentos registrados desde dezembro, porém, Guedes avaliou que o preço de R$ 0,865 na usina, para o álcool hidratado, ainda está abaixo do registrado no mesmo período de 2005. O ministro afirmou que a variação nesta época do ano é natural, diante do aumento da demanda. A entressafra na região Centro-Sul ocorre de dezembro a abril.

Segundo Guedes, em dezembro a demanda, que cresce normalmente 10% no período, chegou a subir mais de 13% em relação ao ano anterior por causa do aumento da frota de veículos multicombustíveis (flex fuel), às férias escolares e à crise nos aeroportos. Para o ministro, os estoques de aproximadamente 5,2 bilhões de litros, hoje, são suficientes para abastecer o mercado, que consome de 1 bilhão a 1,1 bilhão de litros por mês, até o início da próxima safra, entre meados de abril e início de maio.

Em São Paulo, maior consumidor de álcool do país, o aumento da demanda se explica porque o preço do produto é o equivalente a 53% do da gasolina, o que torna o álcool "extremamente favorável" na região, diz o ministro. Ainda que a situação do setor seja apresentada como normal por Guedes, o presidente Lula também conversou sobre o assunto, nesta sexta-feira, com o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau.

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