Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2025

Gallup: Políticos e empresários detêm maiores níveis de descrédito

A população mundial está perdendo confiança nas lideranças políticas, segundo uma pesquisa de opinião encomendada pelo Fórum Econômico Mundial ao instituto suíço Gallup. (Leia Mais)

Sexta, 19 de Janeiro de 2007 às 10:43, por: CdB

A população mundial está perdendo confiança nas lideranças políticas, segundo uma pesquisa de opinião encomendada pelo Fórum Econômico Mundial ao instituto suíço Gallup. Batizada de Voz do Povo, a pesquisa entrevistou 55 mil pessoas em 60 países entre novembro e dezembro de 2006. Divulgado esta semana, o trabalho foi pedido para embasar as discussões do Fórum Econômico, que será realizado de 24 a 28 deste mês em Davos, na Suíça, e tem como tema central Mudanças na Equação do Poder. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve participar do encontro.

De acordo com o estudo, os políticos estão com a credibilidade mais afetada que os empresários. Mais de 40% das pessoas associam a imagem dos políticos à desonestidade, enquanto 34% vêem falta de honestidade do empresariado. Os africanos foram os mais críticos com seus dirigentes. Oito em cada dez moradores do continente consideram seus políticos desonestos. Nas Américas, 56% das pessoas alegam que os políticos são desonestos. O índice é maior entre os latino-americanos: 90% na Bolívia, 89% no Peru, 89% no Equador e 80% na Venezuela. Até mesmo os norte-americanos estão céticos quanto a seus dirigentes. Metade deles não acredita na honestidade dos políticos.

A pesquisa mostra ainda pessimismo da população com relação à segurança e prosperidade econômica. Quase metade dos entrevistados acredita que as futuras gerações viverão num mundo menos seguro. No ano passado, o índice era de 45% e, em 2004, de 30%. O maior pessimismo está no leste europeu, onde 68% da população prevêem piora nas condições de segurança do planeta. Em segundo lugar vem as Américas, com 59% de pessimistas.

Quando o assunto é economia, povos dos quatro cantos do planeta também não demonstram grande otimismo. Um total de 35% das pessoas acredita que a próxima geração viverá num mundo menos próspero - pouco menos que em 2005, quando o índice de pessimistas foi de 36%. Para 23% das pessoas, a situação continuará a mesma, enquanto 34% acreditam na melhora das condições econômicas.

As guerras são o que mais preocupa povos do mundo todo. Em anos anteriores, as prioridades eram a promoção do crescimento econômico e a redução da distância entre ricos e pobres.

A pesquisa não aponta consenso mundial quanto ao foco dos governantes em 2007. Diversos temas aparecem como prioridade. A redução das guerras foi mencionada como essencial para 15% dos entrevistados. Em segundo lugar vem a eliminação da pobreza, fundamental para 13% da população.  No ranking de temas que devem dominar a agenda política de 2007 aparecem empatados, com 12%, a promoção do crescimento econômico e o combate ao terrorismo. A preocupação com o terrorismo é maior em determinadas regiões: atinge mais da metade da população do Iraque (52%), e um quarto das populações do Oriente Médio (25%) e dos Estados Unidos (23%).

Outros assuntos que dividem a atenção da população mundial são a redução do abismo entre ricos e pobres (11%), a recuperação da credibilidade dos políticos, a proteção do meio ambiente (10%), combate às drogas (4%), direitos humanos (4%), combate à aids (3%), combate ao crime organizado (2%) e igualdade de gênero (1%).

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