A paralisação dos trens e os clamores por greves em outros setores do transporte no final desta semana criaram o espectro de um caos quando a França sediar a Euro 2016
Por Redação, com Reuters - de Paris:
O governo da França agiu nesta terça-feira para acalmar os protestos contra uma reforma da lei trabalhista antes do início do Campeonato Europeu de futebol que dura um mês, anunciando um aumento salarial para os professores e prometendo acelerar as conversas sobre reorganização com a estatal do setor ferroviário SNCF.
O gabinete socialista do primeiro-ministro francês, Manuel Valls, está fazendo um apelo ao sindicato linha-dura CGT, que lidera uma greve de ferroviários nesta terça-feira, a propor saídas para o confronto decorrente de um projeto de lei que facilitaria contratações e demissões.
O presidente francês, François Hollande, disse que não irá recuar nos elementos centrais da reforma proposta. Mas na segunda-feira ele procurou impedir que uma série de insatisfações se transformassem em um movimento de protesto mais amplo restabelecendo o financiamento para pesquisas e prometendo dinheiro público para resolver uma disputa a respeito do seguro-desemprego de artistas.
Hollande também insinuou em uma entrevista ao jornal Sud-Ouest que irá anunciar um abrandamento nos cortes de financiamento estatal para autoridades locais quando discursar em um congresso de prefeitos nesta semana.
Nesta terça-feira o governo anunciou um aumento salarial para os professores no valor de 1 bilhão de euros até 2019, e diante da perspectiva de uma greve de ferroviários ainda na terça-feira disse que passou à frente dos dirigentes da SNCF para agilizar as negociações sobre uma reorganização.
– Precisamos acelerar as coisas – disse o ministro dos Transportes, Alain Vidalies, à rádio France Inter, referindo-se à desavença que envenenou as relações com a estatal.
A direção da SNCF havia sido exortada a apresentar suas propostas finais de reorganização aos sindicatos até a próxima segunda-feira para ajudar a melhorar o ambiente.
A paralisação dos trens e os clamores por greves em outros setores do transporte no final desta semana criaram o espectro de um caos quando a França sediar a Euro 2016, entre 10 de junho e 10 de julho, quando cerca de 2,5 milhões de torcedores são esperados nas 51 partidas entre 24 times, incluindo 1,5 milhão de visitantes estrangeiros.