A favela vem sendo palco de confrontos entre grupos criminosos rivais, que disputam o controle dos pontos de venda de drogas ilícitas na Rocinha, desde meados de setembro
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro:
As Forças Armadas voltaram nesta quarta-feira à comunidade da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, para ajudar a Polícia Militar no segundo dia de operações de buscas pela mata do entorno da favela. Os militares continuam prestando apoio técnico aos policiais militares e civis.
Na terça-feira, os militares prestaram o mesmo apoio à Polícia Militar. A favela vem sendo palco de confrontos entre grupos criminosos rivais; que disputam o controle dos pontos de venda de drogas ilícitas na Rocinha; desde meados de setembro.
Logo que começaram os confrontos entre criminosos, a polícia passou a reforçar a ocupação da Rocinha; com policiais de outros batalhões, além da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). As Forças Armadas ficaram uma semana na comunidade.
PM
No dia anterior, a PM prendeu um homem suspeito de ser segurança do chefe de um dos grupos criminosos. Tales Juan Costa dos Santos, conhecido como Talibã, de 25 anos, tem três condenações criminais e é apontado como segurança pessoal de Rogério 157, que está foragido.
Mulher do traficante Nem da Rocinha é presa
Uma operação da Polícia Civil resultou, na tarde de terça-feira; na prisão de Danúbia de Souza Rangel, mulher do traficante Antonio Francisco Bonfim Lopes; conhecido como Nem da Rocinha. Danúbia foi presa por volta das 17h, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, em ação que envolveu agentes da 39ª e da 52ª Delegacias de Polícia.
Danúbia é um dos principais pivôs da guerra entre traficantes que atinge a comunidade da Rocinha desde o dia 17 de setembro. Naquele dia, criminosos ligados a Nem tentaram invadir a favela, para retomar o controle; após Danúbia ter sido expulsa do local pelo ex-segurança de Nem, o traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157.
Danúbia era quem dava as ordens no tráfico, a mando de Nem; até perder o poder para Rogério 157. Por causa da guerra entre os dois grupos, o governo federal autorizou o envio de tropas das Forças Armadas para reforçar as operações das polícias Civil e Militar.
Tráfico de drogas
De acordo com a Secretaria de Segurança, Danúbia foi condenada a 28 anos de prisão por tráfico de drogas; associação para o tráfico e corrupção ativa. Ela foi levada para a Cidade da Polícia para o cumprimento de mandado de prisão e para ser ouvida pela Delegacia de Combate às Drogas da Polícia Civil.
O Portal dos Procurados do Disque-Denúncia divulgou o perfil de Danúbia, ligada à facção Amigo dos Amigos (ADA).
Em março deste ano, após ser absolvida em um processo por associação ao tráfico de drogas; assim como o Nem da Rocinha, Danúbia Rangel foi colocada em liberdade. Ela estava presa desde 2014.
A denúncia
A denúncia apontava que Nem ainda chefiava o tráfico mesmo estando preso em um presídio de segurança máxima fora do Rio; enquanto a mulher estaria recebendo informações durante a visita ao traficante e repassando para aliados na comunidade.
Seis dias após a absolvição, Danúbia foi condenada a 28 anos de prisão pelos crimes de tráfico de drogas; associação para o tráfico e corrupção ativa. Sobre o crime de corrupção ativa, Danúbia foi condenada por pagar propina a policiais para que fornecessem informações sobre a movimentação deles no interior da comunidade; o que facilitava o tráfico de drogas e evitava enfrentamentos.
Os delegados Marco Aurélio Ribeiro, da 52ª DP, e Vinícius Miranda, da 39ª DP; que participaram diretamente da operação de captura; disseram que a prisão de Danúbia ajuda a quebrar a linha de comando da organização criminosa que ela integra. Segundo eles, ela foi presa na rua, dentro de um carro, e não esboçou reação. Danúbia estava escondida no apartamento de uma amiga, na Ilha do Governador, perto da favela do Morro do Dendê.