Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Ex-Zaire libera 235 soldados crianças do exército

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Terça, 18 de Dezembro de 2001 às 23:09, por: CdB

O governo da República Democrática do Congo (ex-Zaire) entregou o primeiro grupo de soldados crianças aos cuidados das Nações Unidas nesta terça-feira. Com idades entre 15 e 19 anos, os 235 jovens passaram entre três e cinco anos no exército congolês. Ao serem libertados, eles deixaram suas armas e uniformes em quartéis militares na capital do país, Kinshasa. A porta-voz da Unicef (Fundo da ONU para a Infância), Carole Baudouin, disse que espera que o restante das crianças soldados - o total é estimado em 6 mil - também seja retirado do conflito armado, já que a liberação dos jovens faz parte de um programa de desarmamento de crianças no país desenvolvido pela ONU e por um dos grupos rebeldes. A iniciativa do governo congolês ocorre em meio a avanços nas negociações de paz que têm por objetivo encerrar a guerra civil. "Este é o início efetivo da desmobilização de todos os soldados infantis", afirmou o presidente do país, Joseph Kabila. Segundo a Unicef, os jovens ex-soldados terão aulas de mecânica e carpintaria em um centro de treinamento cujo objetivo é ajudá-los em sua adaptação à vida civil. A ONU estima que mais de 20.000 crianças e jovens estejam lutando nos campos de batalha na região. A República Democrárica do Congo está em guerra civil desde 1998, ano em que Ruanda e Uganda apoiaram uma rebelião contra o então presidente Laurent Kabila. Cinco países vizinhos envolveram-se militarmente no conflito e mais de dois milhões de pessoas desabrigadas pela guerra estão em situação de extrema necessidade, de acordo com dados da ONU. Doadores internacionais vão se reunir nesta quarta-feira em Bruxelas, capital da Bélgica, para discutir o que vem sendo descrito como uma das piores crises humanitárias do mundo. Segundo o correspondente da BBC na região, Mark Dummet, alguns países alegam que é preciso prestar ajuda imediata ao país, enquanto outros argumentam que é melhor esperar até que a guerra chegue ao fim.

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