A ex-funcionária pública Maria da Penha Lino, considerada pela Polícia Federal como o elo da máfia das sanguessugas, afirmou nesta terça-feira no Conselho de Ética da Câmara que ouviu do sócio da Planam Ronildo Pereira Medeiros e do motorista da empresa Fernando que eram pagos a parlamentares entre 10% e 20% de propina sobre o valor das emendas aprovadas no Orçamento para a compra de ambulâncias.
Maria da Penha disse ainda que os donos da Planam ofereciam a parlamentares projetos para compra de ambulâncias e de equipamentos de saúde antes do início da apresentação das emendas ao Orçamento da União.
- Às vezes os valores eram muito altos, o que gerava recusa da área técnica do ministério -, disse.
O projeto, então, era refeito até ser aprovado no órgão, mesmo que necessitasse ser avaliado em sucessivos pareceres técnicos.
Acusada de participar do esquema de compra fraudulenta de ambulâncias, Maria da Penha negou ter acusado 171 parlamentares de participar do esquema de compra superfaturada de ambulâncias. Ela também negou ter pago ou testemunhado o pagamento de propina a deputados quando foi funcionária da Planam ou no Ministério da Saúde, para onde foi nomeada a pedido do líder do PMDB, Wilson Santiago (PB).
Ela afirmou que Darci Vedoin, sócio da Planam, ficava o tempo todo na Câmara quando viajava para Brasília. Disse ainda que tanto Darci quanto o filho Luiz Antonio Vedoin, que está preso por causa do dossiê anti-tucano que seria vendido a petistas, iam às prefeituras para negociar a aquisição de ambulâncias. Ela, ainda, afirmou que nunca viu deputados na sede da Planam no tempo em que trabalhou por lá. Negou também que, no Ministério da Saúde, tivesse a senha de parlamentares para fazer consultas sobre a liberação de emendas.
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Terça, 31 de Outubro de 2006 às 19:02, por: CdB