Wang, 37, foi sentenciado a 10 anos de prisão por acusações de espionagem após sua detenção no verão passado, disse um porta-voz do Judiciário iraniano
Por Redação, com Reuters - de Princeton:
Quando o estudante de pós-graduação da Universidade de Princeton, Xiyue Wang, chegou ao Irã para conduzir sua pesquisa para um doutorado em história, ele já havia passado anos vivendo e trabalhando em países politicamente turbulentos.
O cidadão norte-americano nascido na China já havia trabalhado anteriormente como tradutor de pashto, língua oficial do Afeganistão, para o Comitê Internacional da Cruz Vermelha no Afeganistão e passado tempo no Uzbequistão enquanto estudante da Universidade de Harvard.
Wang, 37, foi sentenciado a 10 anos de prisão por acusações de espionagem após sua detenção no verão passado. Disse um porta-voz do Judiciário iraniano no domingo. Ele é o mais recente cidadão norte-americano a enfrentar prisão no Irã pelo que o Departamento de Estado dos Estados Unidos denunciaram repetidamente como acusações fabricadas.
Sua sentença chocou seus colegas em Princeton, que o descreveram em entrevistas como quieto. Mas estudioso, cuja curiosidade intelectual se destacava mesmo entre os estudantes de pós-graduação da escola de elite de New Jersey.
Wang é casado e tem um filho. Além de pashto, inglês e sua língua nativa, o mandarim. Wang também é proficiente em russo e turco e estava aprendendo persa no Irã.
Carta
O presidente da Universidade, Chris Eisgruber, disse em carta à escola na segunda-feira que Princeton e a família de Wang mantiveram sua prisão confidencial por recomendação de conselheiros dentro e fora do governo.
– Publicamente pode ser danoso ao interesse de nossos alunos – disse Eisgruber. "Esperamos que as autoridades de apelação olhem de maneira misericordiosa para ele."
Eisgruber descreveu Wang como um "acadêmico genuíno, marido devoto e pai atencioso."
Wang, estudante de história de Princeton desde 2013. Ele estava realizando trabalho de campo para sua dissertação, que foca em como as regiões predominantemente muçulmanas são governadas.
O Irã o acusou de escanear 4,5 mil páginas de documentos digitais. Seu orientador acadêmico, professor Stephen Kotkin, e colegas de pós-graduação disseram em entrevistas que escanear documentos históricos, os que Wang estava estudando tinham um século. Disse Kotkin, para revisão posterior é prática comum entre pesquisadores.