Rio de Janeiro, 27 de Dezembro de 2025

Em novos ataques, 45 mortos após explosões no Centro de Bagdá

Cerca de 45 pessoas morreram, na manhã desta segunda-feira, em três ataques a bomba em mercados no centro da capital iraquiana. Duas bombas explodiram sucessivamente no mercado de Shorja, matando mais de 30 pessoas. (Leia Mais)

Segunda, 12 de Fevereiro de 2007 às 10:03, por: CdB

Cerca de 45 pessoas morreram, na manhã desta segunda-feira, em três ataques a bomba em mercados no centro da capital iraquiana. Duas bombas explodiram sucessivamente no mercado de Shorja, matando mais de 30 pessoas. Uma hora antes, um pacote-bomba explodiu no mercado Bab al-Sharqi, matando cerca de dez pessoas.

As explosões ocorreram antes e depois de uma pausa de 15 minutos para marcar o primeiro aniversário de um ataque a bomba a um importante santuário xiita em Samarra. O ataque em Samarra gerou uma onda de violência sectária que ainda atinge o Iraque, custando milhares de vidas a cada mês. O mercado de Shorja já foi a principal área comercial de Bagdá, mas em meio à violenta divisão das comunidades religiosas do Iraque ela é hoje uma área de maioria xiita e um alvo para os grupos extremistas sunitas.

O mercado Bab al-Sharqi, por sua vez, é um raro fenômeno em Bagdá, segundo correspondentes, por ser freqüentado tanto por sunitas quanto por xiitas.

Novo julgamento

Ainda nesta segunda, a Suprema Corte Iraquiana decidiu que Taha Yassin Ramadan, vice-presidente do Iraque durante o governo do ditador Saddam Hussein, também deve ser morto por enforcamento. A corte tomou essa decisão apesar dos apelos de autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) e de grupos de defesa dos direitos humanos para que a vida de Ramadan fosse poupada.

- Deus sabe que eu não fiz nada de errado - afirmou o ex-vice-presidente pouco antes de o juiz Ali al-Kahachi tê-lo condenado à morte por enforcamento devido a sua participação no assassinato, nos anos 80, na cidade de Dujail, de 148 xiitas.

Em novembro, pelo crime, Ramadan havia sido condenado à pena de prisão perpétua. Saddam e dois outros homens já foram enforcados após terem sido considerados culpados de envolvimento nos assassinatos. Uma corte de apelação recomendou que o ex-vice-presidente fosse condenado à morte e enviou o caso de volta para a Suprema Corte Irarquiana a fim de que uma decisão final fosse adotada.

- Em nome do povo, a corte decidiu condenar o réu Taha Yassin Ramadan à morte por enforcamento devido ao envolvimento dele no crime de homicídio na qualidade de crime contra a humanidade - afirmou Kahachi.

O grupo Human Rights Watch havia pedido à Justiça do Iraque, no domingo, que não condenasse Ramadan à morte, argumentando que não foram apresentadas provas suficientes para ligá-lo aos assassinatos de Dujail.

- Eu não recebi nenhuma missão relativa a Dujail. Todas as testemunhas confirmaram que elas não me viram em Dujail - afirmou o ex-vice-presidente à corte quando questionado sobre se tinha algo a acrescentar antes de a sentença ser lida.

A chefe a área de direitos humanos da ONU, Louise Arbour, também pediu, na semana passada, que a Justiça iraquiana não condenasse Ramadan à morte, afirmando que a pena capital infringiria as leis internacionais.

Discurso pacífico

No Irã, onde pesa sobre o presidente daquele país, Mahmoud Ahmadinejad, a acusação de fornecer armas aos radicais xiitas iraquianos, ele disse, nesta segunda-feira, que seu país "evita qualquer conflito" e que a paz retornará ao Iraque quando as forças dos Estados Unidos e de outros países forem embora. Ahmadinejad falou em entrevista em Teerã com o canal de televisão norte-americano ABC.

- Nós evitamos qualquer tipo de conflito e qualquer tipo de derramamento de sangue. Somos contra qualquer tipo de conflito e também contra a presença de forças estrangeiras no Iraque, e é por isso que somos contra a presença dos norte-americanos. Dizemos a eles para deixarem o país, e qualquer outro estrangeiro deveria deixar o país e não deveria haver estrangeiros no Iraque, e aí você verá que haverá paz - disse ele.

Ahmadinejad minimizou as acusações dos EUA de que o Irã está alimentando a violência no Iraque ao fornecer armas aos militantes. Ele disse que os EUA estavam tentando esconder suas falh

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