Rio de Janeiro, 31 de Dezembro de 2025

Educação privatizada e internet censurada desenham o inferno

Cargo eminentemente técnico de gerir educação da população entra no rol de acomodar algum juiz a quem devem sentenças (SP). Ou, como agora, para cabalar votos a projeto imoral que quer impingir.

Sexta, 16 de Junho de 2017 às 11:49, por: CdB

Cargo eminentemente técnico de gerir educação da população entra no rol de acomodar algum juiz a quem devem sentenças (SP). Ou, como agora, para cabalar votos a projeto imoral que quer impingir.

 

Por Maria Fernanda Arruda - do Rio de Janeiro

 

Tendo-se em vista que a Educação é o alicerce da cultura e do alcance de discernimento da sociedade, fica óbvio que é sua falta um dos maiores fatores da mixórdia que hoje se derrama sobre todos. Tivemos alguns célebres educadores a contribuir para a elevação cultural/educacional dos brasileiros.

Não podemos omitir a presença desde Anísio Teixeira, Paulo Freire ou Florestan Fernandes e mais outros tantos no curso de 4 ou 5 décadas. Mas a quase vingança que os sucessores partidários na política aplicam faz por destruir a obra de qualquer gênio.

unnamed2.jpg
Maria Fernanda Arruda é colunista do Correio do Brasil, sempre às sextas-feiras

Cada novo titular de governo ou da pasta específica trilha o imbecil caminho de bloquear diretrizes anteriores e, daí, nunca houve continuidade nos programas e planejamentos. Esse crime de insensatez jogou a deseducação sobre os brasileiros mais do que se é percebido. Não há organograma e nem empenho para que haja.

Cada governinho quer se safar de responsabilidade e acha que prover educação se limita a apresentar vagas em creches para efeitos eleitorais. Essa irresponsabilidade na condução do nosso maior ideal de progresso gera a imbecilidade que hoje grassa nos legislativos e fóruns judiciais. 

Educação privatizada

Ninguém dá valor a si e aos seus. Diplomas são mais peças decorativas do que símbolos de conhecimento. E se chega, como já lembrado por críticos, a se constituir verdadeiro crime de racismo na medida em que colégios ricos não se degeneraram como os oficiais e contribuem para um apartheid a perenizar a separação social, via dinheiro.

Mas governos não se envergonham e nada fazem. Interessa-lhes uma quantidade inculta em que podem aplicar seus recursos midiáticos infames com sucesso como se ganhassem troféu de TV. Cargo eminentemente técnico de gerir educação da população entra no rol de acomodar algum juiz a quem devem sentenças (SP). Ou, como agora, para cabalar votos a projeto imoral que quer impingir.

Parece que a natureza em desespero de causa fez vir ao domínio público uma tábua de salvação ora constituída pela internet. Talvez venha a ser a condição de auto educação em que cada um poderá, às próprias despesas e custos, ter um  pequeno remendo cobrindo a desídia governamental.

Ao inferno

As chamadas TV educativas (Cultura-RJ/SP) são constantemente desviadas por fins políticos como se viu na EBN, e só há esse viés para se esperar. Só que é previsível que a forma educacional a provir dos meios sociais fiquem sem unidade ou diretriz e logo enfrentemos uma cultura de Torre de Babel em que nem haja unidade de idiomas.

Deveríamos trabalhar por honestidade, face aos brasileiros que desde a invasão de 1964 viram nossa educação ser desdenhada, e mesmo com novas universidades não haverá progresso porque não há em novos alunos a base de moral, de ética ou mesmo solidez de uma educação básica anterior.

Ou então os beócios que hoje ocupam postos de mando interferirão para cercear também a internet e que vá tudo para o inferno!

Maria Fernanda Arruda é escritora e colunista.

Tags:
Edições digital e impressa