Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Dólar em baixa recorde registra queda de 2,08% em dois dias

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Quinta, 29 de Setembro de 2005 às 22:55, por: CdB

O dólar teve mais um dia de forte baixa nesta quinta-feira e voltou a encerrar no menor patamar desde maio de 2001, a R$ 2,213. O movimento de tesourarias - vendidas em dólar - para derrubar a cotação, já de olho no vencimento dos contratos de dólar futuro desta sexta-feira, fez com que a moeda norte-americana recuasse 0,98% ao longo do dia. A queda acumulada na quarta e quinta-feira é de 2,08%.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou a terceira queda na semana por realização de lucros. A alta verificada ontem, que garantiu ao pregão paulista o quinto recorde no mês, motivou a entrada no mercado de investidores interessados em embolsar os ganhos. O Ibovespa, principal índice da Bolsa, registrou queda de 0,35%, aos 31.208 pontos.

Dólar à venda

Ingressos de recursos das recentes captações privadas também reforçaram a valorização do real, assim como o nível do risco Brasil, que nesta tarde cedia 10 pontos, para 346 pontos-básicos sobre os Treasuries.

- Não adianta, com esses juros altos o pessoal continua vendendo dólar - afirmou o operador de câmbio de uma corretora nacional, que preferiu não ser identificado, lembrando que o patamar elevado dos juros atrai investidores estrangeiros à procura de um retorno maior.

Na mínima do dia, o dólar recuou 1,07%, para R$ 2,211.

A principal dúvida do mercado está no possível retorno das atuações do Banco Central no câmbio. O último leilão de compra de dólares aconteceu em agosto --quando o dólar estava abaixo de R$ 2,30 --mas o BC não aceitou nenhuma proposta na operação.

Nesta manhã, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Afonso Bevilaqua, reiterou que o programa de recomposição de reservas continua em vigor e que a autoridade monetária pode comprar dólares no mercado a qualquer momento.

- O mercado deu uma corrigida quando o diretor do BC falou, mas logo depois o dólar já caiu de novo - explicou Mário Battistel, diretor de câmbio da corretora Novação.

A moeda, que vinha caindo desde a abertura dos negócios, chegou a subir 0,45% na cotação máxima, para R$ 2,245, depois dos comentários de Bevilaqua. De acordo com Battistel, a disputa para a formação da última Ptax (taxa média do dólar) do mês teve reforço maior nesta sessão das tesourarias vendidas, enquanto as tesourarias que estão compradas preferem concentrar sua movimentação na sexta-feira.

A Ptax do dia 30 servirá de base para a liquidação dos contratos de dólar futuro na Bolsa de Mercadorias & Futuros.

Bolsa

A Bolsa abriu em alta nesta quinta-feira, mas perdeu fôlego. Para o diretor da Agora Sênior, Alvaro Bandeira, não havia motivo para o Ibovespa cair mais do que 1%. Segundo ele, dados divulgados ao longo do dia, como o Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) de setembro, o Relatório de Inflação do Banco Central e Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, foram todos positivos.

Bandeira diz que o mercado doméstico continua muito forte e se encontra em um patamar que pode realizar até três pregões "sem grandes problemas". "Mas ele continua não querendo cair", disse, justificando a redução das perdas no final do pregão. A melhora do cenário em Wall Street também contribuiu para a recuperação interna. Em Nova York, próximo ao fechamento, o Dow Jones subia 0,76%, o Nasdaq avançava 1,22% e o S & P 500 ganhava 0,89%.

Segundo Bandeira, a Bovespa tem registrado realizações dentro do mesmo pregão, com alternância de posições entre os papéis. "O capital não chega a sair da bolsa", disse. Ele acrescenta que o bom desempenho do mercado acionário não é exclusividade do país, já que bolsas de outras economias emergentes também têm registrado números recordes, fruto principalmente da liquidez internacional, taxa de juro baixa e maior previsibilidade das economias.

Entre as maiores altas do Ibovespa: Copel PNB subiu 5,76%, para R$ 16,50; Telesp Celular Participações PN a

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