Rio de Janeiro, 30 de Dezembro de 2025

Desemprego e inadimplência em alta levam BC ao corte de crédito

Para o estoque de crédito livre, o BC passou a ver estabilidade, contra alta de 2% do cálculo anterior, feito em março. Já para o crédito direcionado, o BC agora enxerga elevação de 1% neste ano, abaixo dos 2% de antes.

Quarta, 28 de Junho de 2017 às 12:18, por: CdB

Para o estoque de crédito livre, o BC passou a ver estabilidade, contra alta de 2% do cálculo anterior, feito em março. Já para o crédito direcionado, o BC agora enxerga elevação de 1% neste ano, abaixo dos 2% de antes.

 

Por Redação - de Brasília

 

Diante do aumento na inadimplência de empresários e consumidores, devido ao agravamento da crise econômica, o Banco Central (BC) cortou pela metade sua projeção do crescimento do mercado de crédito no país em 2017. Estabeleceu apenas 1%, contra expectativa anterior de 2%. A decisão foi tomada em meio à ao agravamento do quadro política, que afeta o governo e inibe quaisquer sinais de recuperação, ainda que lenta, da economia.

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Neste mês, as empresas buscaram menos por crédito

Para o estoque de crédito livre, o BC passou a ver estabilidade, contra alta de 2% do cálculo anterior, feito em março. Já para o crédito direcionado, o BC agora enxerga elevação de 1% neste ano, abaixo dos 2% de antes. Em 2016, o estoque de crédito no Brasil caiu 3,5%, pior resultado anual e o primeiro no vermelho na série histórica para saldos iniciada pelo BC em março de 2007.

Crédito acumulado

Segundo o chefe-adjunto de departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, a revisão levou em conta a performance do crédito no acumulado até maio, além da pior perspectiva de contratação de crédito pelas empresas.

— Temos nesse caso cinco meses já ocorridos, mas também temos um desempenho de pessoas jurídicas sem dar mostras significativas de recuperação — disse.

Nesta quarta-feira, o BC divulgou também que o saldo total de crédito no Brasil recuou 1,3% de janeiro a maio, reflexo da contínua fraqueza no apetite por financiamentos. O fato ocorre após dois anos de profunda recessão. E em meio ao alto nível de desemprego no país, que têm segurado recuos na inadimplência.

Sem reformas

Enquanto no período houve expansão de 1,7% no estoque para pessoas físicas, para pessoas jurídicas houve tombo de 4,3%.

Além da economia ainda sem dar sinais mais fortes de recuperação, o governo enfrenta a sua pior crise política. Agravou-se com a denúncia criminal contra o presidente de facto, Michel Temer por corrupção passiva. Isso alimentou temores de que as reformas - em especial a da Previdência - possa não ser aprovada no Congresso. Na opinião dos investidores, isso seria ruim para a economia brasileira.

As expectativas mais modestas do BC para os financiamentos foram acompanhadas da decisão de não mais detalhar o desempenho esperado. A escala é por bancos, segundo modalidade de controle.

Estimativas

Em março, o BC via alta de 2% no estoque de crédito. Tanto de bancos públicos quanto de bancos privados estrangeiros em 2017. Para os privados nacionais, a projeção era de aumento de 1%.

Rocha reconheceu que estas estimativas estão defasadas. Mas destacou que o BC não irá mais atualizá-las daqui para frente. Ele afirma que representam "mais uma informação setorial e menos uma informação estatística".

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